Predatory Marriage - Cap. 108

Tradução: LadyDragon

Revisão: Hori

Capítulo 108 – Tensão (2)

Naquele momento, todos os escudeiros brandiram suas lanças e dardos. Ishakan estendeu a mão e Genin lhe entregou um dardo, o agarrou balançando o braço para trás sem hesitar. O tecido de sua roupa marcou seus músculos que pareciam expandir, ele estreitou os olhos fazendo suas pupilas douradas brilharem mais.

Sua caixa torácica inchou enquanto respirava profundamente segurando o ar, o dardo sólido cinza foi arremessado como uma flecha perfurando a pele e a carne dura do animal até sair do outro lado. O javali desenfreado rolou no chão morto na mesma hora.

Todos os presentes no campo de caça olharam atordoados para o javali. Mesmo que o dardo usado fosse feito para caçar, ainda não era o suficiente para matar um animal como aquele, normalmente várias pessoas tinham que unir forças e cães de caça treinados para abater um javali, enquanto Ishakan matou um, por conta própria, bem na frente deles.

Além de atingir o animal e o ferir, o dardo teve força suficiente para atravessar e sair do outro lado sem problemas, a força que ele mostrou naquele ato era impossível para um humano. Sozinhos entre a multidão atordoada, os Kurkans estavam extremamente calmos, a atitude deles era surpreendente, mas pareciam completamente naturais.

Depois do susto os escudeiros arrastaram a carcaça do javali e Ishakan observou o rastro de sangue que era deixado para trás e finalmente abriu a boca.

— Se não fosse pela flecha, eu não o teria pego.

Ishakan olhou para Blain. Seus olhos se curvaram ligeiramente.

— Considere esta captura feita pelo príncipe.

A concessão era zombeteira e implicava que ele poderia caçar o quanto quisesse, estava confiante. O rosto de Blain se contorceu olhando para o javali diretamente.

— Não pertence a ninguém.

Ele declarou com frieza rebatendo. Os escudeiros confusos continuaram arrastando o javali para uma carroça e Blain olhou para o céu, cinza e nublado, como se fosse começar a chover a qualquer momento. Bateu com as esporas nas laterais de seu cavalo o fazendo avançar assustado com o comando abrupto, o grupo de caça adentrou a floresta o seguindo.

À medida que o caminho se estreitava, o grupo se movia em filas mais longas. Embora parecessem dispersos em sua caçada, Ishakan estava seguindo Blain por todo o caminho, a perseguição lenta estava corroendo seus nervos. Quando finalmente parou ao lado do cavalo de Ishakan, Blain não conseguiu se conter, mas antes que as palavras pudessem sair de seus lábios ele ouviu uma voz grave.

— Você me disse para não cobiçar o que você possui…

Blain olhou para Ishakan que continuava falando relaxado sobre o cavalo com as rédeas soltas nos dedos.

— Se não tem dono, não… Se não é um objeto, isso não muda as coisas?

— O que você quer dizer…?

— É exatamente como eu disse. Eu não tenho que adicionar ou subtrair nada.

Ishakan parou de falar e os dois homens se encararam.

— Ela não tem dono e não é um objeto. Isso significa que ela é livre para escolher quem ELA quiser.

Ishakan fez uma pausa, seus olhos eram mortais e selvagens enquanto voltava a atacar.

— Eu não acho que ela nunca escolheria o príncipe herdeiro… Com o que você está tão preocupado?

Ele sorriu.

— Você estava planejando realizar um casamento incestuoso?

Uma risada estridente ecoou, Blain riu falsamente até ver o lenço amarrado no pulso de Ishakan roçando a bochecha enquanto passava a mão nos cabelos. Seus olhos azuis brilharam com enlouquecimento e um grito sem fôlego soou de seus assistentes quando ele ergueu o arco.

A ponta da flecha recém afiada apontava para os olhos dourados de Ishakan.

— Continue falando, Rei.

A voz de Blain se mantinha fria.

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