4954-esp-05
Tradução: Hori
Revisão: Lady Carstairs
Especial 05
Agora que ele pensava sobre isso, foi seu primeiro amor.
Ele não poderia chamar isso de amor, mas a única palavra que conseguia expressar esse tipo de sentimento era amor.
Quanto mais Raphelion crescia, mais ele esquecia da sua infância.
Claro, ele era muito jovem naquela época e, à medida que envelhecia, tinha mais lembranças do presente do que do seu passado.
Porém, por algum motivo, os sentimentos e lembranças daquela época foram ficando mais claros com o passar do tempo.
Porque? Entre as inúmeras memórias, por que ele guardou apenas aquelas relacionadas a ela?
Algumas coisas são esquecidas por ter acontecido quando se é tão jovem.
Mas seu coração pesou com o passar dos anos, então ele não podia descartá-la levianamente.
Embora as crianças de seis anos tenham se separado antes do início da primavera e nunca mais tenham se visto, tudo o que puderam fazer foi trocar cartas.
Ele nunca soube porque se sentia estranho toda vez que respondia ou escrevia.
Não havia como saber o motivo, sabia apenas que tudo começou no dia em que, sorrindo docemente, entregou sua estrela sem hesitar.
Ele procurou por um motivo enquanto esperava por uma resposta às suas cartas mas elas não eram respondidas há algum tempo.
Deve ter sido muito cansativo e difícil ficar sozinha no templo longe de sua família.
Raphelion tinha certeza de que Einsia estava muito ocupada, a ponto de não conseguir responde-lo.
Com isso em mente, ele tentou acalmar sua ansiedade.
Muitos anos se passaram sem que ela respondesse, mas ele ainda pensava nela no seu dia a dia.
Ele se perguntava se ela estava bem hoje ou se chorou porque foi difícil.
Não, com certeza não.
Desde que a conheceu, ela se comportou de maneira madura para não preocupar seus pais. Certamente ela devia estar suportando o peso das lágrimas sozinha.
Ao pensar naquele momento, um sorriso irritado surgiu imediatamente em seus lábios.
Naquele dia em que eles brigaram porque ela estava brincando animadamente em seu balanço e de repente ele se lançou puxando seu cabelo.
Ele lamentava não poder desistir daquele balanço na época.
Se algo assim acontecesse novamente, ele seria capaz de desistir de tudo e dar a ela sem hesitar.
Ele queria fazer isso, mas nem ao menos teve a chance.
A última vez que a viu…
Ele se lembrou daquele momento, ela estava sorrindo corajosamente e se despedindo, prometendo que eles se veriam novamente enquanto enxugava as lágrimas com as mangas.
Ele não podia deixar de imaginar como ela seria quando adulta.
Há muito tempo era um hábito que agora ele podia vê-la com naturalidade enquanto caminhava pela rua, comendo ou conversando com sua família.
Acontecia com tanta frequência que ele não sabia dizer se era sua imaginação ou a realidade.
— Como sempre, pensei ter te imaginado de novo, então te confundi.
— …
Einsia ficou sem palavras com a confissão sincera de Raphelion, ao mesmo tempo, seu pescoço queimava.
Ela lembrou que quando era jovem ele dizia casualmente coisas embaraçosas, parece que isso ainda não mudou.
— Desculpe, eu não te ignorei. Vim com meu tio esta manhã e não tive notícias suas.
— Então, é por isso que você não pôde responder à carta?
— Carta? De que carta você está falando?
Raphelion perguntou com uma expressão como se nunca tivesse ouvido isso antes.
Agora ela sabia o que aconteceu.
Não é que ele não tenha respondido à carta dela, é só que ele não pôde.
— A carta que você enviou há 4 anos. Eu li desta vez e respondi recentemente.
— Nunca ouvi falar de uma carta chegando.
O menino franziu ligeiramente a testa, como se não entendess.
Se o correio tivesse chegado à mansão, eles o teriam informado imediatamente, pois todos sabiam há quanto tempo ele esperava por sua resposta.
No entanto, ele não recebeu nenhuma notícia de qualquer carta.
— Está bem. A menos que você não tenha respondido de propósito.
— De jeito nenhum, é um mal-entendido. Eu-
— Eu sei, eu confio em você.
Einsia riu quando viu Raphelion tentando se desculpar com urgência.
“Eu não pude deixar de acreditar nele.”
Desde que ela notou como ele estava olhando para ela no terraço e agora.
Quando soube que era tudo um mal-entendido, seu coração desapontado desapareceu como neve derretida.
Raphelion também sorriu com o sorriso dela.
Ele sentiu como se finalmente visse a mulher por trás daquela concha.
A verdadeira Einsia que ele conhecia.
— Vamos.
Ele a escoltou e juntos eles deixaram a pista de dança.
Então ele sugeriu que fossem ao terraço.
Enquanto acenava com a cabeça, Einsia o seguiu sem demora.
Desde que ela saísse do salão, ela não precisaria dançar com mais ninguém.
Naquele momento, ela percebeu tarde demais que a proposta de Raphelion era um truque para impedi-la de dançar com o príncipe herdeiro.
Os dois, ao saírem para o terraço, conversaram sobre a vida um do outro e os desentendimentos que existiam entre eles, resolvendo assim a tristeza de longa data.
— Então, o presente que você trouxe é realmente para minha irmã?
— Isso mesmo, embora eu não tenha certeza se ela vai gostar.
— Dê a ela pessoalmente, garanto que ela vai adorar.
— Pessoalmente?
— Sim, amanhã seria ótimo.
Einsia ficou constrangida com o convite repentino que veio mais rápido que o vento, mas não recusou.
Porque sentia falta de todos no ducado.
•━━━ ✽ • ✽ ━━━•
— Haaaa.
Einsia não conseguia controlar seu nervosismo.
Agora ela estava a caminho da mansão do Duque sentindo-se feliz e intimidada.
Ela ainda não havia chegado ao seu destino, mas já fazia muito tempo que ela não entrava por aquela porta.
E além disso, eram os Halos.
A jovem percebeu mais uma vez a grandeza do duque.
Quanto todos eles mudaram? O que aconteceu com o Duque? E a Duquesa? Com quem a irmã mais nova de Raphelion se parece mais?
Por dentro, ela queria que a garota fosse mais parecida com a Duquesa.
Lizelle sempre foi uma pessoa gentil, amigável e adorável.
— Chegamos.
Enquanto pensava em tudo isso, ouviu o som da carruagem parando e anunciando sua chegada.
Depois de respirar fundo, Einsia desceu pela porta da carruagem e parou em frente ao ducado.
Quando olhou em volta, percebeu que o exterior era um pouco diferente da mansão da qual se lembrava.
Claro, muito foi destruído durante o incêndio de 13 anos atrás, então eles fizeram reparos extensos.
Ela havia saído da residência do duque enquanto ela ainda estava em construção, então era a primeira vez que via o prédio reformado.
Ela não conseguia se lembrar por que, mas a seus olhos, parecia ser mais sólido e elegante do que antes.
— Espero que ela goste.
Murmurou incerta, brincando com o presente em suas mãos.
Parada em frente à magnífica mansão, ela sentia que o presente que trazia era insignificante.
De repente, a porta da frente da mansão, que parecia ter mais de 3 m de altura, se abriu com um som pesado, e uma pessoa com cabelos castanhos finos e ondulados saiu correndo.
— Einsia!
Ela a reconheceu de relance.
Como poderia tê-la esquecido?
Era uma pessoa que lhe deu um carinho infinito e cuidava dela como se fosse sua própria filha.
Assim como quem a ensinou a chorar e não se conter.
— Lizelle…
Sua voz soou trêmula.
Estava tão emocionada quanto quando saiu do templo e encontrou os rostos de seus pais depois de muito tempo.
— Einsia, há quanto tempo? Estou tão feliz em vê-la novamente.
A mesma coisa aconteceu com a Duquesa, cujos olhos ficaram vermelhos.
Assim como aconteceu com Raphelion, ver que Einsia havia se tornado uma mulher madura, foi uma sensação nova para ela.
A menina, que era madura apesar da idade, aguentou tudo e cresceu até esta idade.
— Eu senti muito a sua falta.
Lizelle abraçou a jovem com todas as suas forças, envolvendo seu corpo trêmulo com seu calor.
Estava orgulhosa.
— Eu também estava ansiosa para vê-la. Me desculpe, eu estou muito atrasada.
— Não, não é assim. Obrigada por vir.
Acariciando o rosto choroso de Einsia, a mais velha a soltou, querendo olhá-la de perto.
Então ela viu os olhos azuis claros à sua frente.
— Agora você tem a mesma altura que eu.
Antes chegava à cintura, mas agora ao se olhar de frente seus olhos ficavam no mesmo nível.
— Não chore. Já faz um tempo desde que nos vimos, não podemos ficar chorando.
Lizelle balançou a cabeça e tirou o lenço que estava guardando.
O lenço era, claro, para enxugar as lágrimas dos olhos de Einsiaa.
— Obrigada.
Einsiaa ainda estava emocionada com a recepção calorosa, mas se conteve firmemente para não derramar lágrimas.
Ela só queria mostrar sorrisos à Duquesa.
Lizelle, que ela não via há muito tempo, permaneceu a mesma. Mesmo olhos verdes, calorosos e amigáveis como o sol da primavera que nasce suavemente.
A aparência também era a mesma da época.
A única coisa que mudou foi a dignidade que ela exalava como Duquesa, que podia ser sentida apenas por estar perto dela.
— Tia, quanto tempo você vai mantê-la aí fora?
Raphelion apareceu encostado na porta com os braços cruzados. Ele sorriu sonolento, como um gato ao sol.
— Oh, sim. Einsia, vamos entrar. Foi um longo caminho até aqui, né?
— Não, não demorou muito.
Seguindo a orientação apressada de Lizelle, Einsia virou-se.
— Woohoo…
Nesse momento, ouviu-se uma voz de admiração, como quando se encontra algo muito interessante.
A voz era tão fofa que ela não podia ignorá-la, então a garota de olhos azuis rapidamente virou a cabeça na direção de onde a voz soou.
De repente, uma pequena criatura que estava escondida atrás da perna de Raphelion colocou a cabeça para fora.
Cabelos pretos em tranças e olhos vermelhos como Raphelion.
— Olá…
A garota, segurando firmemente as calças do mais alto, cumprimentou cuidadosamente com sua pronúncia fofa enquanto piscava seus grandes olhos redondos.
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