Tradução: Hori

Revisão: Lady Carstairs

Especial 04

 

 

 

“O que quer dizer com você queria me ver de novo?”

Einsia abriu a boca enquanto olhava para a mão estendida na frente dela.

 

— O que você está fazendo?

 

Raphelion insistiu para que ela tomasse sua mão rapidamente.

 

— Você…

— Einsia, você pensou que eu perderia minha chance de dançar com você?

 

Havia um leve brilho nos olhos vermelhos, o que deixou a garota constrangida com a situação.

Depois de dançarem juntos, Raphelion estendeu a mão pela segunda vez, bloqueando assim o príncipe herdeiro.

Quer ele soubesse ou não, ele estava sorrindo muito maliciosamente.

 

•━━━ ✽ • ✽ ━━━•

 

30 minutos atrás.

O debut iniciou-se oficialmente com a aparição do Imperador e da Imperatriz.

Os nobres que estavam ali para estrear iam subindo as altas escadas para saudar os saudar seguindo de acordo com a sua vez, e nem Raphelion ou Einsia eram exceção.

Os rapazes e as moças chamadas cumprimentavam o casal imperial com cortesia.

A cada saudação, o Imperador dava um discurso formal de parabéns, mas mostrou uma reação diferente quando foi Einsia.

O imperador, que estava encostado no trono com uma expressão entediada no rosto, levantou-se ao ver a jovem e sorriu com alegria.

Logo, as palavras de bênção dos lábios severos foram suficientes para fazer todos se mexerem.

 

— Você é o tesouro do nosso Império.

 

Até a imperatriz a emparelhou com o príncipe herdeiro.

 

—  Lado a lado, não há casal que combine melhor.

— A figura atraente do príncipe herdeiro e sua beleza combinam, assim como o sol e a lua.

 

Quando até mesmo o Imperador apoiou o que a Imperatriz disse, todos ficaram chocados, prendendo a respiração.

Era como apontar que Einsia seria a próxima princesa herdeira.

No Império, o sol e a lua eram a representação do Imperador e da Imperatriz, então não havia quem não pudesse ver o significado oculto naquela metáfora de compará-los com o sol e a lua.

Einsia finalmente desceu as escadas após o diálogo que parecia estranho e pesado.

Então ela, que estava no centro das atenções desde o início, teve que receber cada vez mais atenção.

 

— Você não precisa sentir muita pressão, mas acho melhor fazer a primeira dança e depois voltarmos.

 

A marquesa disse carinhosamente, ajeitando os cabelos da filha, percebendo o que ela estava pensando.

 

— Sim.

 

Assim que a saudação terminou, a jovem teve que desistir de seu desejo de voltar imediatamente para a mansão.

 

— É um alívio que você tenha florescido tão bem que agora pode participar do baile de estreia.

 

Ela não podia decepcionar sua mãe, que corava como se ela ficasse impressionada toda vez que a via.

 

— Eu sinceramente parabenizo a todos por sua maioridade.

 

Após a saudação, o imperador fez um brinde.

Logo depois, lindas melodias começaram a ressoar pelo grande salão.

O Imperador pegou a mão da Imperatriz e foi para o centro do salão dançar.

Era costume que a primeira música fosse iniciada pelo casal de imperadores.

Quando a dança das duas pessoas terminou rapidamente por ser uma música curta, a segunda música imediatamente começou a tocar.

Então, como se esperassem, os rapazes começaram a convidar as jovens que estavam observando anteriormente.

Como abelhas procurando flores, havia alguns jovens em torno de Einsia, mas eles não podiam entregar seus pedidos de dança, porque o príncipe herdeiro estava se aproximando dela de longe.

Como se o destino estivesse claro, os passos firmes pareciam se aproximar de Einsia para pedir uma dança.

Quem ousaria roubar a dama que o príncipe herdeiro tinha em mente?

Os jovens, assustados, não tinham coragem, mas…

 

— Senhorita Heneron.

 

Aparecendo de repente, o príncipe, que caminhava em sua direção, desapareceu de sua vista, e um peito largo se projetou em seu lugar.

O jovem parado com confiança em frente a Einsia cobriu totalmente a visão do príncipe herdeiro.

Assim, ela olhou surpresa para a ocorrência inesperada.

 

— Dê-me a honra de sua primeira dança.

 

Assim, Raphelion educadamente estendeu a mão com um sorriso mais caloroso que o sol.

 

•━━━ ✽ • ✽ ━━━•

 

De volta ao presente.

É falta de educação interromper a pessoa que pediu a primeira dança.

Portanto, o príncipe herdeiro, que se aproximava de Einsia sem hesitar, não teve escolha a não ser parar de andar.

Porque o garoto Halos pegou seu alvo antes dele.

 

— Já faz um tempo desde que a vi, marquesa.

 

Raphelion cumprimentou a esposa do marquês, que estava ao lado dele, olhando para a perplexa Einsia.

A mulher também ficou surpresa, mas rapidamente sorriu em boas-vindas.

 

— Já passou muito tempo.

 

Raphelion, que já era um homem adulto, sorriu feliz com a saudação.

 

— Eu irei oficialmente dizer olá em breve.

— Quê…?

 

A boca de Einsia, sem ter o que falar para essa declaração, caiu aberta.

“Por que ele estava acenando para sua mãe?”

As palavras ficaram presas em sua garganta, mas ela não conseguia expressá-las na frente da mãe que amava tanto.

 

— Ok, vamos nos encontrar novamente oficialmente.

— Sim, claro.

 

Raphelion sorriu, prometendo uma visita.

“O que é isso…?”

De alguma forma, Einsia ficou constrangida com a situação.

Ela era a única que se sentia estranha no momento.

 

— Einsia, não me deixe esperando.

— Sim. Einsia. Não é educado fazer seu parceiro esperar muito tempo.

 

Seguindo Raphelion, sua mãe não lhe dava mais espaço para demorar.

Inevitavelmente, ela pôs sua mão em cima da grande mão que estava estendida à sua frente.

Então, como se esperasse, sua mão envolveu a dela.

Um sentimento caloroso se espalhou.

De repente, lembranças daquela época vieram à sua mente, e Einsia se sentiu estranha.

Os dois se posicionaram entre os numerosos casais dançando.

 

— Segure meu ombro.

 

Então ele levantou sua mão com muita naturalidade e passou o braço em volta da cintura dela.

Ela também colocou a mão no inesperadamente ombro alto de Raphelion, que sorriu e arrastou os pés.

A dança dos dois começou.

Como era uma música dançada com os corpos muito próximos, a garota enrijeceu tensa com o contato tão próximo.

Como resultado, os movimentos tornaram-se mais lentos do que quando ela praticava e ela parecia ter se tornado um tronco rígido.

No entanto, Raphelion era diferente, ele se movia com muita facilidade.

Comparado a ela, cada passo era suave e flexível, como se ele fosse uma pessoa que já havia dançado muitas vezes, a ponto de ser muito irritante.

Pensando que não podia perder, Einsia tentou não cometer um único erro.

Como havia acabado de sair do templo, não teve tempo de praticar a dança, mas felizmente aprendia rapidamente e, graças à sua boa memória, não havia cometido nenhum erro até agora.

 

— Eu devo agradecer a minha tia.

— O que quer dizer?

 

Einsia perguntou, concentrando toda a sua força nos dedos dos pés para evitar pisar em seu companheiro.

 

— Ela disse que ru  tinha que aprender a dançar para hoje. Estou feliz por ter feito isso.

 

Raphelion, que se lembrou do treinamento especial da Duquesa, sorriu.

 

— Talvez minha tia soubesse de antemão que eu poderia dançar com você.

— Eh?

— Foi ela quem me fez aprender, dizendo que assim teria oportunidade de te convidar para dançar. Eu não pediria a mais ninguém de qualquer maneira.

— …

 

Suas palavras soaram como se ele não fosse pedir uma dança a outra mulher que não ela.

Provavelmente foi uma ilusão, certo? Não podia ser verdade.

Ele tinha sido legal desde o momento da sacada.

No entanto, ela não poderia facilmente se livrar dessa ilusão.

Diante de seus olhos, Raphelion sorria como se estivesse feliz, sem tirar os olhos dela.

 

— Einsia.

— Sim…?

— A caixa de presente que você tinha no terraço mais cedo, estava tentando entregá-la para mim?

— …

— Olhando para a embalagem, pensei que era algo que uma criança de 5 anos gostaria.

 

Raphelion perguntou cuidadosamente sobre o presente que viu anteriormente nas mãos dela.

A embalagem com bolinhas e coelhinhos fofos parecia algo que uma garotinha adoraria .

“Você leu a carta? Ou você ouviu a notícia de que eu tinha uma irmã mais nova?”

O jovem estava animado pensando nisso.

 

— Porque…?

— Einsia?

— Você está curioso sobre isso agora? Por que você fingiu que não me conhecia?

 

Finalmente, incapaz de aguentar mais, Einsia levantou a voz, deixando escapar seus pensamentos dolorosos.

 

— Te vi entrar, quis te saudar com alegria. Se ao menos você não tivesse sido tão indiferente.

 

A tristeza fluiu de seus lábios vermelhos sem parar.

Uma vez que ela começou a desabafar, a decepção que ela estava segurando esse tempo todo veio à tona.

Quando estava tendo dificuldades para morar no templo, se recordava das preciosas lembranças de sua infância.

Só de lembrar dos dias que passaram juntos, ela se sentia melhor, como se estivesse comendo um doce delicioso.

Então ela queria vagamente acreditar que ele fizesse o mesmo.

Embora não todos os dias, esperava que de vez em quando ele pensasse nela.

Era natural esquecer porque aconteceu quando eles eram muito pequenos, mas ela queria que ele se lembrasse dela… Assim como ela.

Felizmente, ele não se esqueceu de enviar cartas para ela.

Claro, as cartas eram de quatro anos atrás, mas no final ele disse que esperava vê-la.

Portanto, ela assumiu que ele iria reconhecê-la hoje e sorrir para ela.

Ela não esperava que ele a ignorasse assim, nem esperava que seu coração estivesse tão ferido e triste.

Porque foi ele e mais ninguém quem fez isso.

 

— Como esperado, foi você quem eu vi então.

 

Com as palavras de Raphelion, Einsia olhou para ele com uma expressão chocada, como se tivesse sido atingida por um martelo.

 

— Você não queria fingir que não somos amigos? Qual é o problema com você agora?

— Eu pensei que era um sonho.

—  O quê?

 

O movimento de Raphelion parou com amúsica, que havia chegado ao seu fim.

Os dois ficaram olhando um para o outro enquanto os nobres que se cumprimentavam com cortesia, como se apenas os dois existissem naquele lugar.

 

— Eu pensei que você fosse uma alucinação, como nos meus sonhos.

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