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4902-cap-53

Tradução: Hori

Revisão: Sam

Capítulo 53

 

 

— O que está acontecendo aqui?

 

Chester questionou Lohan quando eles entraram na sala e viram Raphelion e Einsia bagunçados.

 

— Desculpe, é tudo culpa minha, vossa graça. Eu deveria ter sido mais cuidadoso.

 

Felizmente, nem Raphelion nem Einsia ficaram gravemente feridos, mas não pareciam bem. Os dois tinham cabelos desgrenhados e suas roupas finas estavam amarrotadas e sujas.

 

— Einsia.

 

Edwin foi o mais surpreso de todos. Foi a primeira vez que sua filha brigou com alguém. Ela sempre foi uma garota que suportou e se rendeu como uma irmã mais velha ou como uma adulta.

 

— Raphelion. Diga-me por que você fez isso?

 

Chester olhou para Raphelion. O menino tremeu com a voz fria dele e finalmente começou a chorar.

 

— Ela-ela… Ela disse que é infantil ter isso!

 

Raphelion apontou para a bola de neve em sua mão com o dedo mínimo. Chester agora podia entender por que isso aconteceu: este globo de neve foi o presente de Lizelle para Raphelion, amante das estrelas. Para o menino, era mais valioso do que qualquer outra coisa. Ele não suportava ser provocado por ser infantil.

 

— O que Lizelle me deu… não é… infantil! Waaah, Lizelle!

 

Raphelion suportava ser chamado de bebê, mas não permitiria que a bola de neve fosse chamada de infantil.

Este foi o presente de despedida de Lizelle para ele. Isso é o que ela deixou na mesa de cabeceira enquanto ele dormia naquele dia. Ele carregava muitas de suas memórias preciosas com ela para não esquecê-la.

Dizer que esse precioso presente é infantil…

 

— Waaah, tio!

 

Raphelion não conseguia parar de chorar.

Chester suspirou e segurou o menino.

 

— Tio! Tio…

 

Raphelion passou os braços em volta do pescoço de Chester e enterrou o rosto em seu ombro.

 

— Shh… shhh… tudo bem, não chore.

 

Chester deu um tapinha em Raphelion com sua mão desajeitada.

 

— Huh? Haha!

 

Edwin riu da aparência desconhecida de seu amigo. Junto com a notícia de que havia encontrado seu sobrinho, Edwin foi informado de que ele se casaria em breve, mas a aparência de Chester era tão incomum que ele se perguntou se as pessoas poderiam realmente mudar a esse ponto.

 

— …

 

Enquanto isso, Einsia observava silenciosamente Raphelion enquanto ele derramava suas lágrimas nos braços de Chester. Com a bainha da saia presa firmemente nas mãos, Einsia não gostava de Raphelion, que chorava como uma criança.

Mas o que ela mais odiava era ela mesma, que queria chorar como ele.

 

— Einsia.

 

Edwin se agachou na frente dela. Ele segurou a mão da filha com força com um olhar terno.

 

— Por que você fez isso? Isso não é típico de você.

 

Einsia olhou para o próprio pai. Seus olhos delicados tremeram como as asas de uma borboleta e seu queixo tremeu.

 

— Tudo bem. Eu não estou bravo. Por que você ficou irritada com Raphelion quando você não faz isso com outras crianças?

— Sapato.

 

Einsia murmurou com a cabeça baixa.

 

— O quê? Você pode me dizer de novo?

— Sujou meus sapatos.

— Seus sapatos?

 

Olhando para baixo, ele percebeu que seus sapatos rosa estavam sujos. Inicialmente pensou que estava sujo assim porque rolou no chão, mas parecia que Raphelion era o culpado.

 

— Foi por causa dos seus sapatos? Esses sapatos?

 

Diante de sua pergunta ignorante, Einsia ergueu a cabeça e olhou para Edwin com lágrimas nos olhos.

 

— Minha mãe escolheu para mim…

— …

— Minha mãe escolheu para mim porque meu pai e eu íamos sair hoje! Waaah!

 

Einsia derramou as lágrimas que tentou suportar.

A sala foi tomada pelos gritos de duas crianças. Edwin ficou com vergonha ao ver sua filha chorar de repente, mas ele segurou Einsia calorosamente em seus braços.

 

— Entendo … Esse pai é muito bobo. Sua mãe escolheu isso com cuidado, mesmo que ela estivesse doente… É realmente desagradável.

 

Einsia soluçou nos braços do pai. Lágrimas quentes escorreram por suas bochechas como gotas de chuva caindo incessantemente porque ela suportou muito por muito tempo.

Ao contrário dela, Edwin estava de bom humor. A filha, que sempre tentou fingir ser adulta, passou a comportar-se como uma menina da sua idade, embora tenha acontecido numa situação em que chorava.

Depois de um longo tempo, os gritos de Raphelion diminuíram e Chester ouviu sua respiração tornar-se regular.

 

— Ele adormeceu.

 

Raphelion adormeceu em seus braços, talvez exausto de tanto chorar.

 

— Eu irei levá-lo.

 

Lohan pegou o menino de Chester e o abraçou com muito cuidado para não acordá-lo. Por fim, o mordomo inclinou a cabeça na direção de Edwin e saiu da sala com Raphelion.

 

— Haaah. Quando Raphelion acordar, vou dizer a ele para se desculpar com a Srta. Einsia.

— Ouvi dizer que não foi culpa de apenas uma pessoa. Certo, Einsia!?

— Hick… Hum …

 

Einsia, que havia parado de chorar um pouco, enxugou as lágrimas.

 

— Raphelion errou em sujar os sapatos, mas também é ruim chamar alguém de infantil. Certo?

— Sim. Irei me desculpar.

 

Edwin enxugou as lágrimas da filha com o polegar e a abraçou.

 

— Nós temos de ir agora.

— Você já vai?

— Eu tenho que ir. Estou preocupado com Sylvia, então não posso deixá-la sozinha por muito tempo.

 

Chester os despediu e abriu pessoalmente a porta de sua sala pintada à mão. As três pessoas desceram as escadas, abriram a porta e esperaram por uma carruagem.

 

— Mais uma vez, parabéns pelo seu casamento, meu amigo.

 

Edwin disse mais uma vez a notícia do casamento de Chester.

 

— Obrigado.

— Você não precisa se preocupar com o que eu disse. Existem muitas outras maneiras, então fique à vontade para falar comigo a qualquer momento.

 

Chester deu um tapinha no ombro de Edwin algumas vezes. Logo depois, a carruagem de um artesão deslumbrante entrou.

Einsia desceu dos braços do pai e abaixou a cabeça na direção de Chester.

 

— Vou pedir desculpas com Raphelion da próxima vez.

 

Os olhos azuis brilhantes da garota brilharam intensamente. Chester sorriu ao olhar para Einsia. De alguma forma, aqueles olhos corajosos o lembraram de Lizelle.

 

— Eu ficaria grato por isso. Vou contar a Raphelion também.

— Obrigada. Adeus, vossa graça.

 

Einsia fez uma reverência e subiu na carruagem com Edwin.

Quando viu a carruagem se afastar, Chester lembrou-se do que Edwin havia pedido. Se fosse antes, ele teria tomado uma decisão imediatamente, porém, ele não estava mais sozinho.

Agora ele tinha que ouvir o que Lizelle diria.

Ele voltou para dentro da mansão pensando o que deveria falar com ela sobre isso assim que a visse no dia seguinte.

Com isso, sentindo-se de alguma forma como se já fosse casado, Chester sorriu.

 

*****

 

— Você não pode contatá-lo ainda?

 

Depois que a comunicação com Hazen foi cortada e ele não conseguiu mais se comunicar com ele, o homem ficou furioso.

Seu nome era Philip, dono de Hazen e seu patrão.

 

— Desculpe. O dispositivo de comunicação não está funcionando.

 

Eles já haviam enviado dezenas de sinais para o dispositivo de Hazen, mas não estavam captando nada. Hazen sempre manteve contato com Philip, não importa o que acontecesse, então esta foi a primeira vez que isso ocorreu desde que se conheceram.

 

— Maldita seja!

 

Philip jogou no chão o copo que segurava. Com um estrondo, cacos de vidro se espalharam por toda parte.

 

— Ninguém pode entrar em contato com ele!?

— Desculpe, desculpe!

 

Os membros da guilda se prostraram diante dele.

Philip caminhou pelo local enfurecido. Ele estava impaciente e nervoso. Hazen sempre o contatava. Não havia como isso parar de repente. Provavelmente algo aconteceu a Hazen, e havia uma chance maior de que ele tivesse sido capturado pelo duque.

 

— Tire Hazen de lá agora! Descubra o que está acontecendo!

 

Philip, que estava usando uma máscara, gritou com seus homens. Ao seu comando, eles correram para fora do porão.

Ao mesmo tempo, Hazen sibilou, incapaz de sair de seu estado felino devido à ferramenta de limitação mágica.