Tradução: Hori

Revisão: Lady Carstairs

Capítulo 159 – Fim.

 

 

— Raphelion, você não está com frio?

— Estou bem!

 

Raphelion soprou a xícara de chocolate quente em suas mãos. A fumaça que se espalhava no ar tinha um cheiro doce.

Os três se amontoaram em frente à lareira acesa.

Lizelle apoiou-se no ombro de Chester e Raphelion sentou-se entre suas pernas.

Eles esqueceram que era inverno e caminharam pela areia da praia com Raphelion, então inevitavelmente congelaram. Depois de um tempo, viram o pôr do sol pela grande janela de vidro que ocupava completamente uma das paredes.

O brilho suave do pôr do sol, junto com as chamas quentes da lareira, envolvia os três. Era uma tarde tranquila.

 

— Como se sente?

 

Lizelle perguntou, acariciando o cabelo macio de Raphelion.

 

— Hahaha.

 

O menino sorriu de brincadeira e afundou em seus braços. Raphelion amou o mar que havia visto pela primeira vez. Era tão diferente do que ele tinha visto no restaurante.

Enquanto caminhava na areia branca, onde seus pés ficavam encharcados, o vento soprava e a brisa do mar era refrescante.

Além disso, a água do mar era tão bonita como se estivesse cheia de estrelas brilhantes.

Era algo que ele não se esqueceria pelo resto de sua vida.

 

— Raphelion, felizmente você pode ver Einsia a qualquer momento, então não fique muito chateado. Você pode ir visitá-la na casa dela ou convidá-la para que venha brincar.

— Então vamos convidá-la para vir aqui!

 

Com as palavras de Lizelle, Raphelion gritou com os olhos brilhando.

Ele queria mostrar esse mar maravilhoso para Einsia o mais rápido possível. Ele tinha certeza de que ela gostaria tanto quanto ele.

 

— É uma boa ideia. Raphelion, vamos convidar Einsia.

— Sim! Hahaha.

 

Ele sorriu largamente quando recebeu essa resposta.

 

— Hora de tomar banho, jovem mestre.

 

Nesse momento, o que a voz disse apagou o sorriso no rosto do menino.

Depois de preparar a água para o banho, Tia apareceu sorrindo com uma geleia nas mãos.

 

— ….

 

O rosto de Raphelion, que até então era sorridente, ficou triste naquele instante.

A água não era tão assustadora como antes, mas ele ainda odiava tomar banho, com medo agarrou a manga de Lizelle recusando-se a ir.

Vendo Raphelion assim, Lizelle moveu a boca cheia de malícia como se algo tivesse vindo à sua mente.

 

— Ouvi dizer que Einsia gosta de pessoas que tomam banho com frequência.

— Ah, não! Vou tomar banho!

 

Raphelion pulou da cadeira enquanto Lizelle olhava para ele vitoriosamente.

Ele não se importava se o que Lizelle disse era verdade ou não. Ele faria qualquer coisa para agradar a Einsia.

 

— Tia! Vamos tomar banho! Rápido, rápido!

 

Raphelion se aproximou de Tia em um instante.

 

— Sim, Sim! Vamos, jovem mestre.

 

Tia sorriu e pegou a mão do menino. Em seguida, colocou sobre a mesa a geléia que havia preparado. Aparentemente, ele não precisava de suborno hoje.

 

— Vou ter que usar isso com frequência.

 

Lizelle tinha uma expressão de satisfação no rosto enquanto observava Raphelion de mãos dadas com Tia caminhando em direção ao banheiro.

 

— Einsia realmente disse isso?

 

Os dois se olharam enquanto Chester, curioso, passava os braços em volta da cintura de Lizelle.

 

— Não. Eu inventei. Às vezes, uma mentira inocente é necessária.

 

Lizelle riu da reação do ingênuo Chester.

 

— Minha esposa é boa atuando. Realmente não há nada que você não possa fazer.

 

Chester, que quase foi enganado por sua performance, olhou para Lizelle com admiração. Havia algo que sua amada não pudesse fazer?

Naquele momento, seus olhos brilharam de admiração.

 

— Eh? Não, não foi grande coisa…

 

Surpresa com o elogio exagerado, Lizelle deixou escapar essas palavras.

 

— Não. Eu penso nisso todos os dias, mas você é incrível. Um anjo que desceu do céu…

— Pare, você sabe que foi longe demais, certo?

 

Ela rapidamente deteve a boca de Chester. Ela não podia acreditar que tinha dito algo tão embaraçoso.

As orelhas de Lizelle ficaram vermelhas de vergonha.

Chester riu baixinho com a reação dela.

Ela era surpreendentemente vulnerável a comentários assim.

Toda vez que ele dizia algo desse tipo, ela ficava chocada e suas orelhas ficam vermelhas, então ele às vezes brincava com ela de propósito. “A reação dela é tão fofa.”

 

— Esposa, temos um lugar para ir.

 

Chester se levantou de seu assento e estendeu a mão.

 

— Agora? Onde?

 

Lizelle levantou-se perplexa e segurou a mão que estava à sua frente.

 

— Venha aqui por um momento.

 

Ele conduziu Lizelle com um sorriso. Eles não viajaram tão longe apenas para mostrar o mar a ela. Havia algo que ele queria dizer a ela.

Os dois caminharam pelo corredor da vila e se dirigiram para a porta da frente.

 

— Vai estar frio, então use isso.

 

Chester colocou a jaqueta em volta do ombro de Lizelle e pegou a mão dela novamente.

Lizelle começou a andar pelo longo caminho que levava ao jardim. Era uma paisagem que ela já havia visto antes, mas não deixava de surpreendê-la. A visão do jardim meticulosamente cuidado não era diferente de uma obra de arte.

Além disso, à noite, tinha um charme diferente do que tinha visto durante o dia.

 

— Você poderia fechar os olhos por um momento?

 

Chester parou de andar e pediu que Lizelle os fechasse.

 

— Posso.

 

Ela ficou muito curiosa, mas logo assentiu e fechou os olhos. Certamente havia uma razão para o pedido.

 

— Você só tem que andar devagar com os olhos fechados. Eu vou te guiar.

 

Chester pegou as mãos dela e andou com cuidado.

Lizelle se deixou guiar por ele.

Quantos passos eles deram?

Chester gentilmente a parou quando eles chegaram.

 

— Agora abra os olhos.

 

Ao ouvir a doce voz de seu marido, Lizelle abriu lentamente as pálpebras.

 

— Chester, isso é…

 

Naquele momento, ela não conseguia pronunciar nada coerentemente e com a visão surpreendente que apareceu em frente a ela.

Na grama do jardim, havia um longo tapete branco bem em frente de onde eles estavam.

E pequenas lâmpadas mágicas do tamanho de uma unha flutuavam acima deles, iluminando o caminho.

As luzes brilhavam como as estrelas no céu da noite.

Pétalas brancas espalhavam-se pelo tapete, e em ambos os lados do caminho havia fileiras de rosas de cores diferentes, tantas que não era possível contar quantas eram.

No final do caminho coberto de rosas, havia um arco de casamento decorado com lindas flores em plena floração.

Era como o corredor que há em casamentos.

 

— É tão bonito. O que é tudo isso?

 

Lizelle disse com o rosto corado. Chester olhou para ela com um olhar cheio de amor e estendeu o braço para ela.

 

— Você gostaria de caminhar comigo?

— Sim, claro.

 

Sem hesitar, ela imediatamente colocou a mão em volta do braço oferecido por Chester. Os dois avançaram pelo tapete branco e limpo.

Cada vez que o vento soprava, um aroma perfumado vinha com ele.

Lizelle atravessou o arco com Chester, incapaz de tirar os olhos da bela vista.

Então, outro cenário que ela nunca tinha visto, estava esperando por ela. O fogo mágico das velas, que não era abalado pelo vento, desenhava um coração em torno do local onde eles estavam.

 

— Chester, isso é…

— Eu queria propor a você corretamente.

 

Quando Lizelle olhou para ele surpresa, Chester se ajoelhou e pegou uma caixa que havia preparado.

Ele abriu na frente dela.

 

— Eu te amo.

— …

— Você é a primeira pessoa que amei e será a última.

 

Chester confessou de todo o coração. Desde que ele se casou com ela por contrato, ele nunca a pediu em casamento apropriadamente.

Era algo que o preocupava o tempo todo.

É por isso que ele decidiu pedi-la em casamento nesta vila, que originalmente foi construída com essa intenção.

 

— Espero que o tempo que fiquemos juntos não seja apenas o tempo escrito no contrato, mas até o fim das nossas vidas. Quero passar o resto da minha vida com você.

— …

 

Lizelle estava olhando para Chester com olhos trêmulos.

Sua confissão sincera, sob o céu noturno, estava fazendo seu coração bater violentamente.

 

— Se você me permitir, eu quero ser seu marido na minha próxima vida.

 

Chester disse seu desejo expressando seus verdadeiros sentimentos.

Nesta vida, na próxima vida e na próxima.

Ela era a única que ele queria ao seu lado.

 

— Isso é completamente minha ganância. Não importa se você não…!

— Eu também.

 

Mas quando ele não ouviu a resposta dela, Chester pensou que ele estava pressionando ela, então ele quis corrigir isso imediatamente.

Naquele momento, uma mão quente começou a acariciar sua bochecha.

 

— Se houver uma próxima vida, gostaria que você fosse meu marido. Minha ganância também é muito grande, então você é o par perfeito para mim.

 

Com os olhos marejados, Lizelle deu a ele seu sorriso mais brilhante. Os olhos de Chester se arregalaram com a resposta que recebeu.

Ele sabia melhor do que ninguém o significado daquelas palavras.

Porque foi ele quem disse isso no banquete de aniversário da filha do conde Humphrey.

 

— Não importa. Meu temperamento não é tão fácil. É a combinação perfeita.

 

Ela se lembrou dessas palavras e as devolveu.

 

— Chester.

 

Lizelle estendeu a mão e tirou o anel da caixa.

 

— Eu sempre serei sua esposa.

 

Ela colocou o anel no dedo anelar e levantou a mão para mostrar a ele.

Sem notar, ela tinha um sorriso no rosto mais brilhante do que os diamantes embutidos no anel.

 

— Lizelle…

— Eu te amo.

 

Enquanto os lábios de Chester se abriam com uma alegria indescritível, Lizelle transmitia seus verdadeiros sentimentos.

Isso é o que ela sempre quis dizer a ele.

 

— Muito.

 

No meio daquela confissão, Chester se levantou e a segurou em seus braços. Logo depois, os dois encostaram seus lábios sem dizer nenhuma palavra.

Foi um beijo quente e profundo que não esfriou nem mesmo com o vento frio, como se representasse o que sentiam um pelo outro. Quanto tempo durará esse longo beijo que confirmou seus sentimentos?

Quando Lizelle estava com dificuldade para respirar, Chester se afastou por um momento e continuou espalhando beijos por todo o rosto dela.

 

— Uh…

 

Só então Lizelle, que exalou forte, sorriu suavemente para ele.

Ela se inclinou e enterrou o rosto em seu peito quente e firme.

 

— Chester, naquela época, o que você estava tentando dizer?

 

Logo depois, Lizelle abriu a boca para fazer uma pergunta que há muito queria saber.

 

— O que quer dizer?

 

Ela respondeu colocando gentilmente o cabelo atrás das orelhas.

 

— Quando você foi cumprimentar meus pais e ficou bêbado. Nesse ponto, você disse: “Com você, eu também…”*, e então adormeceu novamente, mas estou curiosa para saber o que diria a seguir.

— …

 

(Hori: Capítulo 60 😉 )

Chester enrijeceu por um momento.

Ele pensou que não havia cometido um erro na frente dela… Ao contar a ele sobre aquele dia, ele se lembrou de tudo o que disse quando estava bêbado. Quando ele pensou em sua aparência lamentável, um sentimento de decepção apareceu em seu rosto.

 

— Chester?

— Oh, sinto muito.

 

A voz que o chamou o fez cair em si rapidamente.

 

— Não, você não precisa dizer se for difícil. Eu estava apenas curiosa, por isso perguntei.

 

Lizelle balançou a cabeça como se estivesse tudo bem, mas Chester abriu os lábios determinado.

Afinal, era algo que ele queria dizer a ela um dia.

 

— Eu pensei que com você eu poderia começar uma família normal.

— …

— Eu queria dizer isso.

 

E realmente, porque eles estavam juntos, esse sonho tornou-se real. Quando ele a conheceu, sua vida se tornou mais alegre.

Chester engoliu as últimas palavras e, como se nunca mais quisesse a soltar, passou os braços em volta da cintura de Lizelle.

 

— É uma grande honra.

 

Um pouco surpresa, Lizelle sorriu suavemente e envolveu o corpo dele com seus braços.

Porque ela sabia o quanto ele duvidava de ter uma família, e que era ela quem o motivava, isso a deixava muito feliz.

 

— Tio, Lizelle!

 

Após o banho, Raphelion apareceu correndo em direção aos dois.

Pensando bem, todos esses eventos de sonho aconteceram graças a Raphelion.

Um menino tão adorável. Uma criança que merece ser amada para sempre.

 

— Raphelion.

— Raphelion.

 

Lizelle e Chester se sentiram abençoados.

Eles estenderam as mãos para o menino.

Raphelion sorriu mais brilhante que a luz do sol e abraçou os dois.

Logo depois, inúmeras estrelas desenhadas no céu noturno brilharam lindamente acima deles.

Como se quisessem abençoar o futuro deles.

Ontem, hoje e amanhã seriam preenchidos apenas com dias quentes para os três.

Além disso, como sempre, não importavam as dificuldades ou adversidades que surgissem, eles as superariam com o amor que tinham um pelo outro.

Porque eles eram uma família de verdade.

 

FIM!!!

 

(Hori: Eu não tô chorando, é só a maresia do mar. Eu amei muito essa obra e agradeço a todos aqueles que leram e acompanharam conosco 💕 Obrigada! )

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