4853-cap-156
Tradução: Hori
Capítulo 156
— Vamos fazer um piquenique amanhã! Pedi à Tia para preparar uma cesta!
Raphelion, que desconhecia o interior de Einsia, sorria brilhantemente.
— Hurum, vamos fazer isso.
A garota respondeu, e hesitou antes de assentir.
Ela não queria abrir mão das expectativas do amigo, mesmo sabendo que era uma promessa que não poderia cumprir.
Além disso, ela não queria ficar triste com a despedida que ainda não tinha chegado. Agora ela queria ser fiel ao presente com Raphelion, sem pensar nisso.
“Então, por favor, que o tempo desacelere um pouco…”
Para preparar seu coração, para guardar suas memórias e nunca esquecer o tempo que passou com Raphelion.
Pensando assim, ela não tirou os olhos dele.
As duas crianças tiveram um dia feliz, sorrindo uma para a outra como sempre.
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E na manhã seguinte.
— Delicioso!
Gritou Raphelion, que logo pela manhã abriu os olhos com entusiasmo, pegando os biscoitos de amendoim do prato, eram os preferidos de Einsia.
— Eles são os que Einsia gosta!
— Jovem mestre…
A pedido do menino, Tia, que estava arrumando uma cesta de piquenique na sala de jantar, olhou para ele com uma cara triste e apagou suas palavras.
A Duquesa disse a ele que Einsia estava indo embora com seus pais, mas ele não parecia entender completamente.
— Eu deveria levar isso também!
Raphelion colocou o cristal na mão dentro da sacola de piquenique, era a estrela que Einsia lhe deu de presente a um tempo atrás.
Animado para fazer um piquenique, ele se sentou em uma cadeira, balançou as pernas curtas e comeu biscoitos, enquanto sua boquinha estava em constante movimento.
— Hahaha.
Ele parecia de muito bom humor hoje, a ponto de não poder deixar de cantarolar.
Recentemente, Lizelle e seu tio estiveram ocupados e não puderam ficar juntos, mas desde alguns dias atrás eles voltaram a ser como eram antes.
Além disso, os dias com Einsia foram muito agradáveis.
Eles brincavam de esconde-esconde um dia, tinham aulas de etiqueta no dia seguinte, construíam castelos de areia no dia seguinte, etc.
Ele perdeu a noção do tempo enquanto se divertia.
Hoje até faria um piquenique.
Raphelion, que tinha uma lembrança de ir a um piquenique com seus pais há muito tempo e se divertir rindo muito, estava muito animado com isso.
Ele realmente queria compartilhar aquela lembrança feliz que havia experimentado há muito tempo, com Einsia.
Queria memórias cada vez mais brilhantes.
— Tia, tá pronto?
— Jovem Mestre, na verdade…
A serva abriu a boca e finalmente parou de falar novamente.
Ela deveria dizer a verdade, mas não conseguia abrir a boca facilmente porque tinha medo de ferir o coração de seu jovem mestre.
— Jovem mestre, Einsia terá que voltar. Você deve dizer adeus.
Foi nesse momento..
Lohan se inclinou para dentro da janela e anunciou para ele ir se despedir. O menino, que estava mastigando biscoitos, parou de se mexer com suas palavras.
Logo depois, os biscoitos que ele segurava nas mãozinhas caíram no chão como folhas.
Então, olhando para o biscoito partido ao meio que havia caído no chão com os olhos trêmulos, Raphelion entrou em choque.
“Dizer adeus…?”
Não havia como ele não saber o significado dessa palavra.
Adeus foi a primeira palavra que Raphelion aprendeu em sua vida. É por isso que…
— Jovem mestre.
Tia apressadamente olhou ansiosamente para a tez da criança, que empalideceu, ao mesmo tempo em que seus olhos claros se encheram de lágrimas.
— Ah… Jovem Mestre!
Tia, que olhava Raphelion com pena, soltou um grito de surpresa. Foi porque ele se levantou apressadamente da cadeira com as pernas curtas e saiu correndo.
O lugar por onde o menino corria sem olhar para trás era a porta da frente, já que todos a utilizavam para entrar e sair da mansão.
“O que quer dizer com dizer adeus? Não poderei mais ver Einsia?”
Não podia acreditar.
Enquanto ele corria pelo corredor, logo avistou a porta da frente escancarada.
Tio, Lizelle, Einsia e o Marquês estavam reunidos na porta.
Tendo experimentado várias despedidas, ele sabia instintivamente, a atmosfera de despedida das pessoas que estavam à porta.
— Raphelion, eles ainda não foram embora, então você pode vir com calma.
A Duquesa, que olhou para trás ao som de pequenos passos, expressou sua preocupação ao ver o menino correndo.
Mas agora Raphelion não conseguia ouvir a voz de Lizelle, o que era preocupante.
À medida que se aproximava, a mala de bagagem nas mãos do marquês e de Einsia era claramente visível.
— Raphelion…
A garota engasgou e olhou para o amigo, que caminhava em sua direção.
No momento em que ela o viu, as lágrimas que ela estava segurando desde a manhã saíram sem o seu consentimento.
— Você não vai para o piquenique?
Ele perguntou e olhou para Einsia com os olhos tremendo impiedosamente, sua expressão até patética.
— Sinto muito…
A voz de Einsia tremeu.
— Nós vamos sair primeiro.
Os adultos, que observavam as crianças, assentiram com as palavras de Lizelle e saíram pela porta.
— Mentirosa, você mentiu. Você prometeu ir ao piquenique comigo…
Raphelion mordeu os lábios trêmulos com força.
As lágrimas que vinham brotando nos cantos de seus olhos se juntaram e escorreram. Mas ele não queria mais chorar, então apertou as calças com força, tentando se conter.
— Desculpe… faremos um piquenique na próxima vez que nos encontrarmos, eu prometo.
Einsia cautelosamente estendeu seu mindinho para Raphelion e antes que ela percebesse, seus olhos estavam úmidos também.
— Eu não brinco com mentirosos…
Enxugando rudemente as lágrimas, o menino afastou calmamente a mão que a menina lhe estendia.
Ele não a odiava, mas estava desapontado e chateado. Ele não queria fazer promessas que não cumpririam novamente.
Como sempre, eles o abandonariam.
— Raphelion…
Einsia derramou lágrimas e agarrou a mão do dito.
Ela prometeu não chorar, mas no momento em que viu o rosto de seu amigo, tudo se despedaçou.
Quando os adultos estavam ocupados com suas próprias circunstâncias, os dois se consolavam.
Eles reconheceram sua solidão, ficaram juntos e passaram o tempo um com o outro. Ela realmente gostou disso.
Era quente, brilhante e alegre.
Mesmo que estivesse separada de seus amados pais, ela queria continuar com Raphelion.
— Einsia, temos que partir logo.
Ao ouvir a voz do pai pelas costas, a mais nova tirou algo do bolso.
— Recebi um presente seu ontem, então vou te dar um também. Toma isto.
Einsia ficou desapontada com seu amigo por rejeitar sua proposta, mas por outro lado, ela entendeu sua mente.
Então ela apresentou o presente que havia preparado sem dizer mais nada.
Em sua palma branca havia um cristal com uma lua, que Raphelion reconheceu instantaneamente. Antes, a caçula deu a ele um cristal em forma de estrela parecido com aquele.
Ele o guardou ceata para levar consigo durante o piquenique.
— Não quero.
Dizendo isso, ele virou a cabeça.
Ele estava cheio de tristeza por estar prestes a derramar lágrimas novamente.
— Apenas pegue isso.
Einsia não conseguiu esconder sua decepção e segurando a mão de Raphelion com o rosto cheio de lágrimas, ela forçou o cristal que estava segurando.
O menino tentou se afastar, mas as ações da garota foram mais rápidas.
— Vou embora, cuide-se.
Dizendo adeus, ela se afastou completamente, olhando de soslaio para Raphelion enquanto se afastava.
Ela olhou para trás várias vezes, mas seu amigo ainda não estava prestando atenção nela.
— Einsia, cuide-se. Venha visitar novamente sempre que quiser.
Lizelle sorriu e se despediu de Einsia, enquanto Einsia olhava para fora.
— Sim, muito obrigada. Lizelle, Duque.
Como sempre, a mais nova juntou as mãos, colocou-as sobre o estômago e curvou-se para cumprimentá-los.
— Agora, eu devo ir.
— Claro, tome cuidado.
Por outro lado, Ellioth e Chester substituíram a saudação por um aperto de mão. E os criados moveram rapidamente a bagagem da família Heneron e a colocaram na carruagem.
— Venha mais pra perto.
Lizelle fez um gesto para Raphelion, que estava parado como uma estátua de pedra na frente da porta, sem sair.
Seus olhos estavam vermelhos e suas bochechas inchadas de raiva.
— Está frio, então eu vou entrar agora.
— Certo, vamos vê-los sair e logo entraremos.
— Sim.
Einsia, que estava lentamente subindo na carroça junto com o marquês, não conseguiu deixar de lado seu arrependimento e olhou para trás novamente.
No entanto, Raphelion continuou a se afastar.
Por fim, quando desistiu e subiu na carroça, o criado fechou a porta.
— Raphelion, você é tão maduro, nem chorou…
A Duquesa, que se aproximou da menor porque estava preocupada, não teve escolha a não ser parar de falar.
— Ugh, uh…
O menino soluçava com a boca coberta.
— Certo, vocês podem se encontrar novamente a qualquer momento.
Lágrimas escorriam constantemente dos olhos de Raphelion, apesar de sua segurança amigável.
E, depois de um tempo, a carruagem começou a se mover com um barulho de chocalho. Só então ele levantou a cabeça
Percebendo o que estava acontecendo, não podia deixar sua amiga ficar assim, então ele saiu correndo de seu lugar.
— Einsia!
Derramando lágrimas, o menino se empurrou em direção a carriagem que havia começado a se locomover.
— Raphelion?
Enquanto estava sentada ao lado de seus pais na carruagem, a menina rapidamente abriu a janela e colocou a cabeça para fora ouvindo a voz de seu amigo do lado de fora.
Ele ainda era uma criança infantil e impulsiva, mas isso não importava para ela no momento.
Não demorou muito para que ela visse Raphelion correndo para alcançá-los.
— Não corra, idiota! Vai cair!
— Ugh! Eu paro se você fizer isso!
Quando ela o viu correr com lágrimas nos olhos, ela finalmente começou a chorar também. No entanto, ela não queria parecer triste na frente de seu amigo, então enxugou as lágrimas com as mangas do vestido, sorriu vigorosamente e acenou com as mãos.
— Raphelion! Cuidado! Vamos nos encontrar novamente!
— Ugh! Promete! Nos veremos novamente!
— Eu prometo!
Ele, que recebeu a promessa de Einsia, parou ali e então, como ela, acenou com a mão para Einsia. Um para o outro.
— Tchau…!
Olhando para a carruagem distante, ele gritou alto.
Se tem algo que ele não se acostuma mesmo passando por isso milhões de vezes, seria dizer adeus.
Raphelion, que aprendeu rápido demais, guardou Einsia em seu coração e não a largou.
Mas isso foi há muito tempo.
Bem, depois de despertar suas habilidades, Einsia foi educada no templo por vários anos.