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4831-cap-136

 

Tradução: Hori

Capítulo 136

 

 

 

— Este… este lugar é…

 

Shane, o chefe dos Cavaleiros, que chegou a Rua Jenart, número 21, com Chester, gaguejou com um olhar perplexo e rapidamente seu rosto ficou cinza, mas como seu mestre só tinha pensamentos de Lizelle em sua cabeça, ele não percebeu tal mudança.

Logo depois, a porta da mansão foi arremessada com um estrondo pelo chute de Chester, quando ele entrou na casa sem nenhuma dúvida em seu rosto, ele lentamente olhou em volta esperando que ela estivesse lá.

A casa mal iluminada em que ele entrou estava uma verdadeira bagunça. Móveis e utensílios estavam espalhados pelo chão bagunçado, além disso, a poeira se acumulava nos móveis, como se as pessoas não os tocassem há muito tempo.

 

— Duque, aqui estão as escadas.

 

O duque, cujos olhos brilhavam, procurava pelo menos um pequeno vestígio dela e, quando ouviu seu companheiro, virou-se rapidamente ao ouvir suas palavras.

Como disse o senhor, a escada que leva ao porão foi colocada no canto da casa.

 

— Vamos entrar.

 

Chester falou enquanto liderava o caminho para o porão para encontrar Jeff caído no chão como se estivesse morto.

 

— Por quê você está aqui?

 

Chester sacou sua espada e apontou para o pescoço do homem, que apenas ergueu as pálpebras trêmulas ao toque frio em seu corpo.

 

— A senhora saiu pela porta dos fundos. Se ela não for rápido, eles vão pegá-la.

— O quê?

 

Só então o duque vislumbrou uma cadeira no meio do porão e uma corda embaixo dela. Certamente deve ser o lugar onde Lizelle estava presa.

 

— Leve-o embora.

 

Ele ordenou apressadamente aos cavaleiros e subiu as escadas como se estivesse pulando.

 

— Vamos!

 

Chester, que num instante estava montado em seu cavalo, puxou as rédeas e com um grito áspero conseguiu correr com o animal, que, com seu galope, quebrou a neve empilhada e branca.

“Por favor, por favor.”

Buscando todos os tipos de deuses, ele chicoteou o cavalo e rezou para que Lizelle estivesse segura.

“Quanto ele percorreu por essa área residencial vazia como uma cidade fantasma?”

Chester de repente puxou as rédeas com força, foi porque encontrou algo caído no campo de neve branca, então, descendo do cavalo, deu alguns passos e finalmente se curvou.

 

— …

 

Eram os sapatos de Lizelle, quebrados. Naquele momento, seu coração afundou e caiu, enquanto suas mãos tremiam.

“Por que isso está aqui…?”

Ele olhou em volta com urgência, mas não conseguiu vê-la em nenhum lugar da floresta vazia.

“Por que os sapatos dela…?”

Logo, uma grande dor oprimindo seu coração o dominou devido ao medo de não vê-la novamente.

 

— Não, não acredito.

 

Era muito cedo para tirar conclusões precipitadas, então, logo depois que ele voltou a si, agarrou seus sapatos com cuidado e voltou a montar no cavalo.

Nesse dia frio de inverno, seu coração se partiu ao pensar nela andando pela neve sem sapatos.

Ele cavalgou apressadamente pelos rastros que ainda não haviam sido apagados, e logo uma floresta sem fim apareceu à sua frente.

 

— Lizelle!

 

Chester chamou seu nome ao entrar na floresta sem se importar com mais nada.

 

— Se você está aqui, por favor, responda-me e mostre-se. Lizelle!

 

Mas por mais que chamasse, nem mesmo um eco podia ser ouvido, tão ansioso Chester desceu do cavalo, pois era difícil cavalgar entre as árvores densas.

Ao caminhar a pé pôde encontrar neve empilhada numa forma esférica particularmente redonda, mas ao contrário de outros lugares, em frente à árvore que se via ao longe, havia algo grande, como se uma pessoa estivesse enterrada.

 

— Lizelle!

 

Sem hesitar, Chester correu em sua direção.

 

•━━━ ✽ • ✽ ━━━•

Uma hora antes.

 

— Oh…

 

O cabelo castanho de Lizelle esvoaçava esfarrapado ao vento frio com a neve que caía.

A sensação das duas faces formigava com a passagem do vento e da neve que se acumulava na rua onde não havia postes de luz. No entanto, o mundo inteiro foi tingido de azul devido ao amanhecer, que era a hora em que a fronteira entre o chão e o céu desaparecia.

Nesse silêncio onde todos ainda dormem, a menina lutava contra o frio penetrante porque quanto mais frio corria na madrugada, mais frio o ar chegava a seus pulmões, mas mesmo assim não parava.

Não, ela não conseguia parar devido à ansiedade de que, assim que parasse, Billie ou Jeff pudessem pegá-la.

Quanto tempo esteve correndo? Onde era aquele lugar? Em que direção e quanto tempo teria que caminhar para encontrar Chester…?

Essas eram as perguntas que ela fazia a si mesmo repetidamente, mas não conseguia encontrar a resposta.

 

— É uma aldeia?

 

Andando rápido por um tempo devido à sua respiração, ela olhou ao redor das casas escassamente construídas ao seu redor, mas nenhum vestígio de pessoas foi encontrado nas casas que pareciam abandonadas por muito tempo.

 

— Eu gostaria que houvesse um lugar onde

eu poderia me esconder…

 

Ela puxou a porta por precaução, mas todas estavam trancadas, então ela não teve escolha a não ser se mover novamente quando suas bochechas ficaram vermelhas, porque estavam congeladas.

 

— Oh…

 

Naquele momento, ela, que corria, caiu na neve empilhada com o som de um baque.

 

— Aí…

 

Os dedos dos pés de Lizelle formigaram depois de pisar em uma pedra enterrada na neve.

A pedra era bastante grande e pontiaguda, fazendo com que os sapatos finos que ela usava também quebrassem, de modo que, ao se levantar da neve em que estava enterrada, ela sentiu o tornozelo doer.

Mas elela nem teve tempo de pensar na dor, pois tinha que sair dali o mais rápido possível.

No entanto, toda vez que ela avançava, seus sapatos quebrados rasgavam e atrapalhavam seus passos, então ela não tinha escolha a não ser remover o calçado estragado que estava usando.

Na neve amassada, ela olhou para os sapatos caídos no chão e voltou a se mexer sem nenhum arrependimento, mesmo sentindo o vento frio do inverno através do tecido fino do vestido.

Sua temperatura corporal continuou caindo e seus passos diminuíram devido ao seu corpo congelado. No entanto, Lizelle não parou porque acreditava que encontraria uma saída se fosse mais longe, então ela caminhou e caminhou, agarrada a essa pequena esperança.

Apesar disso, assim que ela saiu da área residencial, o que se desenrolou diante de seus olhos foi uma vasta floresta branca coberta de neve, onde as árvores densamente crescidas estavam cobertas de neve.

 

— …

 

Lizelle olhou para a floresta com os olhos trêmulos e engoliu em seco, era porque o lugar era tão largo que o tamanho não dava nem para medir, embora dificultasse para Billie ou Jeff encontrá-la, por outro lado, era questionável se ela poderia entrar na floresta e atravessá-la com segurança sem se perder.

 

— Serei capaz de sobreviver…?

 

Mesmo agora, seu corpo inteiro tremia… Mas ela só tinha essa opção, porque tinha que se afastar deles o mais rápido possível e fugir.

Tudo o que ela podia fazer agora era correr sem parar.

Com esse pensamento, ela se dirigiu para a floresta após uma breve hesitação.

Um de seus pés descalços já estava vermelho de frio, enquanto cristais de neve congelados arranhavam seus pés com força, cortando e cavando em sua pele.

Seus pés, que foram aos poucos machucados, estavam manchados de sangue.

Lizelle franziu a testa com a dor formigante enquanto caminhava, seus pés doendo e parecendo congelados, mas ela não conseguia parar, porque ela tinha e queria continuar vivendo para ver as pessoas que amava novamente.

 

— Ah…

 

A respiração ejetada da boca azul se transformou em uma respiração branca e se dispersou.

Seus pés frios estavam dormentes a ponto de ser difícil dizer se ela estava andando ou parando. Nesse momento, os galhos estalaram, incapazes de suportar o peso da neve acumulada, e uma quantidade considerável atingiu Lizelle com um estalo.

 

— Oh…

 

Enterrada na neve, ela tentou se levantar rapidamente, mas não conseguia se mover por estar muito tempo exposta ao frio, e ela não tinha mais forças.

Estava tão frio que ela sentiu como se fosse morrer de hipotermia e infelizmente a neve sem parar estava se acumulando em seu corpo.

 

— …

 

Lizelle piscou as pálpebras pesadas, mesmo quando todo o seu corpo já estava congelado e duro como um tronco, mas pouco a pouco sua visão ficou turva.

Obviamente, embora ela estivesse olhando para a neve branca, ela sentia como se estivesse encarando o céu noturno.

“Vou morrer assim? Minha morte será em vão? Havia muitas coisas que eu queria fazer e ver…”

Ela queria testemunhar Raphelion crescer bem e se casar com Einsia, também Chester e ela vivendo feliz por vários anos, mas acima de tudo…

 

“— Há algo que quero mostrar à minha esposa. Há um lugar que eu quero ir com você assim que souber que as coisas vão funcionar.”

 

Ela se perguntou o que Chester queria mostrar a ela…

Lizelle cerrou os punhos com os olhos arregalados, porque era muito injusto para ela morrer assim. No momento em que ela lutava para não perder a consciência, o som de uma ferradura chegou de longe aos seus ouvidos.

“Você me seguiu até aqui?”

Ela se contorceu apressadamente com a ansiedade que se apoderou dela, porque ela teve que esconder seu corpo atrás da árvore. No entanto, como ela já havia congelado, não podia fazer nada.

“Por favor mexa-se!”

E, como ela implorou ansiosamente olhando para as duas pernas.

 

— Lizelle!

 

Uma voz alta ecoou por toda a floresta.

 

— …

 

Naquele momento, as lágrimas rapidamente encheram seus olhos, que pararam de se mover, como se o tempo tivesse parado.

A voz que ela acabara de ouvir era uma voz que ela sentia falta até em seus sonhos, mas como ela poderia não reconhecer aquela voz?

 

— Chester…

 

Ela mal abriu a boca como se exalasse e chamou seu nome, ele correu para ela com o sol nascente à distância.

Como uma sombra, a forma da silhueta negra gradualmente se tornou mais clara. Sob o sol vermelho, cabelos pretos estavam espalhados e olhos vermelhos brilhavam nos olhos de Lizelle, distorcidos pela dor.

Era o rosto que ela sentia falta e nunca poderia esquecer.

 

— Lizelle!

 

Ela estendeu a mão com toda a força para Chester, que vinha em sua direção.