4685-cap-99
Tradução: LadyDragon
Revisão: Hori
Capítulo 99 – O sequestro da Noiva (2)
Genin e Haban observaram Ishakan calmamente, memórias do passado piscaram vividamente em suas mentes, o dia quando ele decidiu se tornar o novo rei e pediu ajuda, ele jurou que nunca seria como seu antecessor.
O rei estendeu as mãos declarando.
— Chegou a hora, vocês ainda têm um longo caminho a percorrer.
Ele se despediu de cada um dos Kurkans, um por um. Enquanto fazia isso, o Kurkan que servira Leah na casa de leilões se aproximou de Haban.
— Com licença, mas aquela mulher que nos salvou. Por acaso você sabe onde ela mora e se ela é solteira?
Haban se assustou com a pergunta ousada ficando paralisado como se tivesse sido atingido por um raio, mas o jovem continuou, ignorando sua reação.
— Se ela for solteira posso ir sequestrá-la mais tarde? Acho que me apaixonei à primeira vista. Claro, eu vou perguntar a ela primeiro se ela concorda em ser capturada em casamento.
Genin colocou a mão sobre a boca dele, o forçando a ficar em silêncio. O jovem ficou surpreso e confuso. Ishakan, que tinha notado a cena, sorriu.
— Lushan.
Ele o chamou calmamente.
O jovem afastou a mão alheia de sua boca e olhou para Genin e Haban antes de responder o chamado.
— Sim, meu rei.
Ishakan olhou para ele em silêncio por um momento. Em resposta, o rosto de Lushan se tornou rígido, e ele desviou o olhar, evitando os olhos dourados de Ishakan. Não era preciso dizer nada, a pressão dos seus olhos cintilantes era suficiente para fazer o jovem começar a tremer.
— Espero sinceramente que você não execute nenhum desses planos.
Ishakan disse.
— Eu sinto muito…
Lushan se curvou respeitosamente enquanto Haban e Genin olhavam com pena. A ignorância era considerada um pecado por seu povo, Lushan teve sorte das coisas terminarem assim. Os Kurkans terminaram suas despedidas e partiram para o deserto, Ishakan observou suas costas enquanto se moviam pelo mato alto.
O vento fresco acariciava seu cabelo, o fazendo pensar no sol quente e nas areias douradas de sua casa. Ele sentia falta de muitas coisas sobre aquele lugar, porém ainda não podia voltar. Ainda havia muitas coisas para fazer. Haban e Genin seguiram seu rei enquanto ele se afastava, conversando.
— Acho que Byun Gyongbaek de Oberde enlouqueceu.
— A princesa só mencionou que ele poderia ter sucesso e ele age como se já estivesse no trono.
Ishakan ficaria furioso se Byun Gyongbaek se casasse com a princesa e obtivesse o direito ao trono. Byun só tinha controle sobre as fronteiras por causa de seu poder militar, se ele ganhasse o poder da família real através do casamento isso mudaria toda a história. A partir disso ele só precisaria garantir recursos financeiros e o apoio dos nobres a favor da princesa, então se tornaria uma verdadeira ameaça a posição do príncipe herdeiro.
A princípio, Byun Gyongbaek queria que a princesa fosse uma esposa bonita e honrada. Mas, com suas dicas sobre o trono, Leah tinha atiçado as brasas da ganância que estavam começando a arder.
— Este país está uma bagunça!
Resmungou Haban.
— E a princesa está sempre se sacrificando por ele…
Ishakan respondeu sorrindo
— Sempre haverá problemas onde quer que os ciganos se encontrem.
— E a Rainha?
Genin interrompeu.
— Bem, isso me preocupa.
— Se a rainha é cigana, o palácio não está em perigo?
Haban perguntou preocupado.
— É mais do que perigoso. O palácio inteiro está em suas mãos.
Seus feitiços não eram onipotentes, certamente era um trabalho árduo para o manter, certas condições tinham que ser cumpridas. Mas embora lançar um feitiço fosse difícil quanto mais tempo ele permanecesse ativo, mais poderoso ia se tornando e mais difícil era de se quebrar. A rainha estava no palácio a muito tempo, era possível deduzir que o lugar estaria repleto de seus feitiços.
— Ela poderia ter enfeitiçado o rei também.
Ishakan mencionou.
— Ela deve ter lançado um feitiço antigo. Lavagem cerebral, certo?
— Pode ser. Ele foi a primeira pessoa que ela abordou.
Deve ter sido muito difícil conquistar o amor do rei e convencê-lo a banir a rainha anterior. Quando Ishakan viu o rei pela última vez no almoço do banquete, ele definitivamente não estava em condições normais. A lavagem cerebral deve ter progredido ainda mais, a influência da rainha pode ter ido tão longe que o rei não conseguia mais distinguir seus próprios pensamentos das ordens dela. Mas eles não podiam ter certeza do quão longe a rainha havia chegado. Eles apenas sabiam que ela não teria conseguido tudo com um feitiço simples.
Ishakan franziu a testa e passou um comando.
— Fale com Morga.
Genin olhou para Haban, seu rosto estava escurecendo. Ela não gostou dessa ideia.
— Se falarmos com Morga agora…
Haban respondia fazendo um último esforço para persuadir Ishakan contra isso.
— Podemos perder o rastro dos Tomaris que já estamos seguindo.
Ishakan balançou a cabeça.
— Não tem como contornar isso. Este assunto é muito mais urgente.
Haban e Genin se entreolharam tensos, com olhares sombrios, mas Ishakan fixou o olhar no horizonte, na direção do palácio de Estia, embora estivesse longe demais para ser visto. Seus lábios se curvaram em um sorriso. Ele podia ouvir o sussurro pequeno e vacilante de Leah em sua mente, aquecendo as profundezas de seu coração.
[ — Eu quero viver. ]
Ishakan estava desesperado para satisfazer seu desejo.