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4656-cap-70

Tradução: Lady Dragon

Revisão: Hori

Capítulo 70 – Casa de Leilões (2)

 

 

— Eu me sinto mais seguro sabendo que você está aqui. Talvez se eu estivesse sozinho, me seria muito desconfortável… Ah, aqui, pegue isso por favor.

 

O Conde Valtein murmurou.

Ele ofereceu a máscara que havia preparado para o disfarce dela. Era uma máscara preta simples, mas grande o suficiente para cobrir todo o rosto. Com ajuda, Leah colocou a máscara com segurança, completando seu disfarce da noite.

 

— Gostaria que pudéssemos acabar com tudo isso hoje.

— Sim, eu também. Fico nervoso facilmente, espero não fazer nada de errado.

 

Conde Valtein disse calmamente mas seu coração estava batendo forte com nervosismo, a ponto de parecer que estava prestes a explodir. O leilão do qual participariam era muito grande e extravagante, onde vários traficantes de escravos se preparavam para mostrar suas mercadorias. A participação massiva fez com que o número de escravos no leilão estivesse longe de ser pequeno.

Era certo que as notícias sobre a censura em grande escala, anunciadas naquele mesmo dia durante a reunião do Conselho, já estavam circulando entre os traficantes de escravos. Leah vazou propositadamente essa informação para forçar os comerciantes de escravos a iniciar um grande leilão antes que as investigações começassem.

Leah trabalhou duro para provocar o leilão daquela noite, esperando que seus esforços por baixo dos panos produzissem frutos.

 

— Tente se acalmar Conde Valtein.

 

Embora estivesse tranquilizando Valtein, Leah também estava nervosa. Afinal, eles estavam se preparando para isso a muito tempo, se a operação de hoje falhasse qualquer tentativa de planos futuros se tornariam ainda mais difíceis. Não importava quais fossem as circunstâncias, eles tinham que ter sucesso.

A carruagem seguiu para uma mansão discreta e antiquada, de dois andares com um jardim médio, localizada nos arredores da capital. Era possível ouvir melodias alegres que soavam de dentro do interior, em um grande salão comum onde o palco estava posto.

No entanto, a atmosfera na parte de trás da mansão contrastava fortemente com a da frente. Os guardas, armados com espadas expostas, guardavam a porta com a cara de poucos amigos. A estatura aterrorizante deles demonstrava parte dos eventos secretos e ilegais que aconteciam além das barras de aço.

A carruagem parou na porta dos fundos, o conde respirou fundo e saiu primeiro, em seguida ajudou Leah a descer.

Os guardas olharam ameaçadoramente para Leah e o Conde Valtein, seus olhares selvagens e não convencionais fizeram Valtein tremer. No entanto, Leah estava com ele e essa missão, que nem havia começado, dependia deste exato momento.

Ele tirou uma moeda de ouro do bolso e mostrou a eles. Era uma moeda especial impressa com uma insígnia que lhes permitia o direito de entrada. Os guardas verificaram o padrão na frente e no verso da moeda, depois a colocaram em uma balança pesando. Era perfeita. A moeda equilibrava o peso do pêndulo com precisão.

 

— Bem vindos.

 

Com rostos sombrios, os guardas abriram a porta e os receberam educadamente.

Quando entraram, um funcionário apareceu para ajudá-los passando as orientações e os guiando.

O primeiro andar da mansão era medíocre, o interior estava decorado com simplicidade, não tinha nada de interessante para ver. Ao contrário do final da escadaria que eles desceram, caindo em um corredor complexo em direção ao porão. Era um labirinto no qual qualquer um poderia se perder facilmente se não fosse guiado. Conde Valtein sussurrou baixinho para Leah.

 

— Esta instalação parece estar ficando mais completa. Na verdade, é bastante assustador.

 

Depois de dizer essas palavras, ele imediatamente fechou a boca.

Caminharam pelo labirinto junto ao guia, e somente depois de algum tempo descendo e andando chegaram à sala de recepção muito iluminada. A recepção era bem organizada e decorada bem diferente do insípido primeiro andar. Os dois encontraram uma mesa com café, chá e vinho.

O guia os deixou na sala sem falar nada e voltou para o labirinto. O Conde Valtein foi até as bebidas pegando um pouco de vinho para umedecer a garganta e acalmar os nervos. Alguém bateu na porta e logo depois uma voz foi ouvida do lado de fora da sala.

 

— Você pode me dar a sua atenção por um momento? Há algo que você deve verificar sobre o produto de hoje.

 

O conde Valtein imediatamente, abaixou o copo e se levantou. Ele arrumou sua máscara, que estava um pouco torta falando solenemente para a princesa.

 

— Eu já volto.

 

Enquanto estava sozinha, Leah olhou ao redor da sala reparando na mobília luxuosa, embora fosse um local de aluguel temporário. Ela olhou para os móveis e cada detalhe da sala, um por um enquanto esperava pelo Conde Valtein. O chá preto, do qual ela não tinha bebido, estava frio a muito tempo.

O relógio da parede estava correndo enquanto os minutos passavam. Depois de confirmar que a xícara estava fria, Leah se levantou da poltrona em que estava sentada esperando o Conde Valtein.

 

— …

 

O Conde Valtein estava demorando muito, sem hesitar, aflita, ela se dirigiu para a porta que ele tinha seguido. Sua mão se estendeu para pegar a maçaneta, mas antes de abrir ela, sentiu um cheiro doce e mentolado a pegando de surpresa.

Uma instrução sussurrada veio de suas costas.

 

— Pare.

 

Enquanto ela estava na sala não sentiu o menor movimento ou a presença de outra pessoa, nada.

Uma sensação fria de formigamento se instalou em seu pescoço quando algo afiado a tocou. Uma adaga pequena e afiada estava pressionando contra sua pele delicada. Mesmo a menor força faria com que a lâmina rasgasse sua pele imediatamente.

A voz baixa imediatamente a comandou.

 

— Não se mexa.

 

Antes mesmo de ele dar a ordem, ela já estava congelada. Aquele cheiro masculino forte e único era algo que ela reconheceria em qualquer lugar, o cheiro familiar e a voz profunda fizeram seu coração pular.

 

— Vire devagar.

 

Leah se virou lentamente, o homem de pé na frente dela de repente hesitou, pensando em puxar a adaga de seu pescoço. Não demorou muito ele puxou a lâmina para longe da pele clara, agarrando o queixo fino dela com força. Depois de um momento de silêncio, ele tirou a máscara dela.

 

— Leah?

 

Ishakan olhou para ela com uma expressão confusa, Leah não conseguiu responder e apenas ficou piscando calada. Ela não estava pronta para vê-lo novamente ainda, seu coração batia como se estivesse prestes a explodir em meio a adrenalina do encontro repentino e inesperado.

 

— Por quê… Você está aqui…?

 

Ishakan não conseguia tirar o olhar fixo dela. Ele estava claramente agitado e surpreso enquanto murmurava.

 

— Você foi sequestrada?

 

Suas pupilas douradas ficaram frias no mesmo instante em que perguntou. Antes que Ishakan virasse a casa de leilões de cabeça para baixo, Leah rapidamente abriu a boca.

 

— Não! Não é isso…

 

Sua língua parecia pesada, quase se esqueceu de como falar, não conseguia encontrar as palavras certas para se expressar perdida em pensamentos apenas conseguiu sussurrar superficialmente para Ishakan, que tinha uma expressão aterrorizante.

 

— Tenho negócios a tratar aqui.