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4637-cap-51

Tradução: LadyDragon

 

Revisão: Hori

 

Capítulo 51 – Uma aventura passageira (1)

Ishakan apenas levantou as sobrancelhas, o que estimulou Genin a relatar brevemente os eventos que ocorreram nos aposentos da princesa.

Ao ouvir a história, os olhos de Ishakan se estreitaram e suas sobrancelhas franziram, ele não rosnou ou emitiu qualquer sinal que mostrasse sua raiva. Em voz baixa olhando diretamente nos olhos de Genin apenas falou.

— Achei que tinha dito para você cuidar dela, Genin.

A fumaça cinza do cigarro de folha que queimava lentamente flutuava na frente do rosto. Os olhos de Ishakan se estreitaram e suas pupilas douradas em chamas, que ainda não haviam esfriado totalmente pulsaram.

— Mas você está aqui.

Ishakan não precisou dizer muito, seu significado era o mais claro possível.

Imediatamente o rosto de Genin ficou branco e perdeu a cor, ela se ajoelhou na frente de Ishakan, se curvou e bateu a cabeça no chão, suas mãos tremiam enquanto ela admitia ter cometido um erro.

Haban, que estava em pé ao lado, não conseguia respirar direito enquanto olhava para a cena à sua frente. Era difícil ver Genin implorando por perdão.

— Não faz mal cometer um erro uma vez, mas duas vezes não.

Ishakan exalou cansado enquanto ordenava:

— Levante-se. Por favor, seja mais cautelosa da próxima vez.

— Obrigada.

Genin se curvou mais uma vez encostando a testa no chão para então se levantar.

Trancado em seus pensamentos Ishakan murmurou de repente.

— Ela vomitou sangue. Isso é realmente estranho.

Haban e Genin se entre olharam, eles pareciam chegar a um consenso por meio de sua breve troca de olhares. No lugar de Genin, que havia sido repreendida naquele momento, Haban abriu a boca, a conotação que saiu de suas palavras estava implícita.

— Não foi porque você a atormentou ontem de noite?

Foi uma observação confiável, como se não houvesse verdade mais clara do que aquela. Ishakan sorriu brevemente e balançou a cabeça.

— Pode ser uma causa… mas eu só dei uma baforada ontem.

Assim que pegou o cigarro, os olhos de Haban saltaram.

— Isso não é veneno para os humanos?

— É um tipo de remédio para eles, se usado adequadamente.

Genin respondeu ao Haban que parecia perplexo, assegurou-lhe que Ishakan não iria de forma alguma prejudicar a princesa, muito menos envenená-la.

— Bom, é bastante suspeito que ela tenha vomitado sangue, como uma reação adversa.

Ishakan jogou o cigarro que tinha nas mãos no chão, se misturando a poça de sangue, pisando em seguida, extinguindo completamente o fogo que antes queimava a folha.

Suas mãos se fecharam em um punho enquanto comentava suavemente.

— Vocês não acham que tem algo acontecendo no Palácio de Estia?

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De vez em quando, Leah experimentava alguns momentos de tontura, fosse por causa de Cerdina deixar mais rigorosa sua dieta regulando as refeições ou seu hábito de dormir até tarde devido a agenda lotada, ela não sabia dizer.

O que ela sabia com certeza é que aquela foi a primeira vez que ela vomitou sangue e desmaiou logo em seguida. Quando a princesa finalmente recuperou a consciência a primeira visão que teve era da Condessa Melissa, cujos olhos estavam inchados e vermelhos por causa do choro sem fim.

— Princesa!

A condessa exclamou assim que percebeu que a princesa estava acordada, ela gritou bem alto, não foi uma surpresa quando momentos depois uma horda de empregadas e servos imediatamente se aglomeraram sobre ela a  chamando alíviadas.

A condessa Melissa ajudou Leah a se sentar apoiando gentilmente contra o travesseiro, enquanto as outras empregadas cuidavam da princesa também.

— Princesa!

— Você está bem?

— Dói em algum lugar?

— Precisa de alguma coisa?

As perguntas e preocupações continuaram voando ao seu redor, enquanto isso, a Condessa Melissa tinha esquecido a etiqueta e a decência adequada, pois ela se agarrou com carinho ao braço de Leah que apenas respondia cada pergunta cegamente ficando cada vez mais confusa e atordoada com tantas vozes ao mesmo tempo a atacando.

Apenas um tempo depois que a Condessa Melissa finalmente percebeu a situação.

— Afastem-se todas vocês!

Ela imediatamente ordenou:

— A princesa acabou de acordar, dêem espaço a ela.

Apesar de suas boas intenções todas se sentiram profundamente ofendidas, não que ela estivesse errada, mas era principalmente porque a Condessa foi a primeira a atacar sem remorso a princesa assim que acordou. Sentindo a ironia da própria declaração, Melissa escondeu seu constrangimento atrás de uma tosse.

A Baronesa Cinael foi uma das que teve a ousadia de expressar seu descontentamento.

— Não podemos nem mesmo mostrar nosso alívio pela princesa acordar finalmente?

Ela perguntou e Melissa ficou um pouco tímida…

— Baronesa, isso não foi, como você pode-

Mas a Baronesa apenas a cortou.

— Se bem me lembro condessa, você foi a primeira a invadir o espaço pessoal da princesa! Se agarrando a ela e gritando de felicidade quando acordou.

Ela apontou ainda mais.

Depois dessa declaração ela começou a chorar, levando as outras servas a fazerem fila e seguirem o exemplo dado. Uma por uma, todas elas gritaram enchendo o espaço com barulho e confusão. Leah se sentou movendo os braços para pacificar as senhoras que choravam…

A Condessa Melissa apenas enxugou as lágrimas, fazendo a princesa se inclinar para trás mais uma vez antes de fortalecer sua determinação.

— A princesa acabou de acordar. Vocês não acham que ela precisa descansar um pouco mais antes de demonstrações de consolo?

Ela perguntou.

Com aquelas palavras nem mesmo a Baronesa pôde negar a verdade e relutantemente os gritos cessaram, o silêncio mais uma vez reinava no quarto.

Com seu público mais calmo, Leah escovou levemente o cabelo para o outro lado do pescoço que estava cheio de suor, bebeu um pouco da água que a Condessa lhe deu e ouviu os eventos durante os quais ela estava inconsciente.

— Você dormiu o dia todo.

Condessa Melissa relatava.

Depois que Leah desmaiou e vomitou sangue, o palácio real entrou imediatamente em caos. Blain, que estava na frente de Leah naquela hora imediatamente a pegou antes que ela caísse no chão.

Contou como Blain convocou aos gritos, imediatamente, os médicos para cuidar dela e enquanto a segurava seu rosto demonstrava estar horrorizado.

— Ele certamente estava preocupado com sua saúde.

Ela comentou.

— Ao contrário de como ele fica, sempre que lhe atormenta.

Melissa estremeceu ao pensar nele, se lembrando de como Blain era detestável. Apesar de sua vontade de dizer mais coisas condenatórias sobre, ela se conteve e continuou até terminar de contar a princesa tudo o que aconteceu.

Quando ela terminou de falar sobre aquilo imediatamente saltou para um tópico diferente.

— Embora eu deva dizer, os bárbaros pareciam decentes o suficiente.

Ela disse a Leah, se referindo principalmente a Genin.

Leah refletiu para si mesma o quanto a Condessa gostava dela, se pelo jeito que ela elogiava os Kurkans era algo para se pensar.

Enquanto ela ouvia mais de fato precisava concordar que Genin certamente parecia bastante agradável.

Durante o tempo em que Leah desmaiou, Genin empurrou Blain que estava gritando freneticamente, para o lado com urgência, passou os braços ao redor do corpo inconsciente de Leah e correu para a cama a deitando.

Ela desamarrou os laços do vestido de Leah, que apertava suas vias aéreas e o fluxo sanguíneo de seu corpo, em seguida assumiu a liderança entre as empregadas totalmente desorientadas.

Mas ela não parou por aí.

Os médicos chegaram tarde e não conseguiram diagnosticar corretamente o que afligia a princesa. Genin assumiu a responsabilidade de pesquisar e avaliar a situação da princesa. Ela se ofereceu para acender uma vela estranha que acreditava ajudar na recuperação de Leah.

E, de fato, funcionou, pois a princesa realmente tinha sobrevivido.