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4611-cap-25

 

Tradução: LadyDragon

 

Revisão: Hori

 

Capítulo 25 – Intruso (2)

Era uma característica única, especialmente entre os humanos e quando invocada pela raiva, pode provocar um medo profundo e instintivo como o de uma presa ao se deparar com uma fera fazendo contato visual.

Logo seus pensamentos voltaram para Blain e ela se perguntou se ele contaria a Cerdina o que aconteceu hoje. O próprio pensamento a aborreceu.

“Não acho que ele contará a Cerdina, mas e se contar? Ela vai simplesmente deixar pra lá? E se tentar algo?”

 Não conseguia deixar de se preocupar. Cerdina não era como Blain, não iria simplesmente deixar de lado como Blain fez. “Devo descobrir uma maneira de sair dessa. “Ela pensou consigo mesma antes que uma dor aguda percorresse sua cabeça.

A dor era insuportável, rapidamente engoliu a bebida e se levantou com o rosto cheio de dor.

— Por favor, cancele minha programação de hoje.

Avisou a condessa.

— Estarei no meu quarto lendo os relatórios.

Continuou enquanto a condessa se aproximava dela com um olhar preocupado.

— Princesa-

— Está tudo bem.

Leah interrompeu, e deu a ela um sorriso suave.

— Eu estou bem. Na verdade, é apenas a dieta rígida que estou fazendo, só preciso descansar.

Mas Melissa duvidava de suas palavras. Ela sabia que havia mais do que isso – Leah realmente não estava bem, entretanto também sabia que Leah não a deixaria ajudar e relutantemente ela deu um breve aceno de cabeça antes de deixá-la sozinha para descansar.

Quando a condessa saiu, Leah também instruiu as criadas que ainda estavam em seu quarto a deixá-la em paz, proibindo-as de entrar novamente até amanhã de manhã. Uma vez que estava sozinha, vestiu sua camisola antes de desabar na cadeira mais próxima.

Acreditava que não teria forças suficientes para jantar esta noite. Além disso, ela precisa diminuir seguir com sua rígida dieta e compensar antes da próxima conferência. Talvez para o jantar iria pedir apenas duas fatias de maçã e descansar o mais rápido que pudesse, apenas queria ficar sozinha hoje.

Com um suspiro, ela se virou para a janela, olhando para o horizonte, observou o céu ficar vermelho enquanto o sol se punha e se empoleirou em sua cadeira, ela observou enquanto a luz do dia terminava e a escuridão chegava.

Os nós dos dedos dela se apertaram na ponta do braço da poltrona, observando enquanto a lua iluminava o céu noturno. Seus dedos se contraíram à medida que a necessidade de abrir a janela ficava mais forte…

E junto com isso a vontade de pular.

Era uma sensação passageira, à qual ela se acostumou, surgia de vez em quando, mas ela nunca teve coragem de ir em frente com isso, apenas fantasias passageiras sempre que o pensamento vinha em sua mente. Mas agora…

Ficava repetindo em sua mente: só mais um pouco, só mais um pouco.

Ela contou os dias do tratado de paz, quando os Kurkans se forem, depois disso, poderia acabar. Tudo isso vai acabar. Depois de levar a família real de Estia à ruína e à vergonha, ela será capaz de descansar de verdade.

Seus olhos se fecharam, imaginando a dor e agonia que ela veria em seus rostos…

Imaginando a forma como o vento toca seu corpo quando ela finalmente desse um salto.

Uma batida leve ressoou em seu aposento silencioso, os olhos de Leah se abriram, uma carranca mudou sua expressão. Nada.

Ela achou que tinha sido apenas impressão, mas então aconteceu de novo e de novo.

Três vezes o barulho. Parecia que estava vindo da janela.

Se perguntou o que poderia ser e se aproximou da janela com passos cuidadosos. Sua mão envolveu a fechadura e os dedos empurraram a  vidraça ficando surpresa com o que via.

Ela levou a mão na boca para impedir que fizesse barulho e alertasse alguém.

— O-O QUÊ?!

Ela se engasgou com a surpresa de ver ele, mas saiu como uma gagueira. Por outro lado, a pessoa do lado de fora estava empoleirada no galho alto da árvore em frente a janela, ele apenas a olhava tranquilamente brincando com uma pedra na mão, jogando para o alto e pegando com a mesma mão, como se fosse uma brincadeira simples.

Leah ficou chocada, era tarde da noite, a segurança do palácio real era incomparável e muito rígida ao redor. Se eles fossem descobertos, isso certamente os colocaria em apuros e Blain não seria tão misericordioso quanto foi no jardim hoje cedo.

Se afundou em seus pensamentos sombrios e o que deveria fazer, tão entretida que não percebeu que Ishakan já havia se movido, pulando do galho para seu quarto sem permissão.

Apesar de seu corpo grande, ele se movia com leveza e com agilidade nos pés, pousando graciosamente na varanda. Sua respiração ficou presa na garganta enquanto o observava pular do galho.

— Onde você acha que está?!

Ela sibilou baixinho, enquanto ele se endireitou.

— No seu quarto.

Ele afirmou com naturalidade, achando estranha a pergunta quando ela sabia perfeitamente onde ele estava.

Ignorando seu protesto, ele entrou no quarto, olhando ao redor sem um pingo de vergonha. Leah foi atrás dele reclamando cada vez mais, enquanto ele apenas ignorava os avisos e protestos.

Assim que ele terminou de olhar o quarto dela, finalmente voltou sua atenção para Leah, a quem ele deu um sorriso suave.

— Bela camisola.

Ele disse a ela:

— É com isso que você dorme?

Perguntou.

Esquecendo que estava de camisola, Leah agarrou o cobertor mais próximo e se cobriu com ele.

— O que você está fazendo aqui!?

Ela sussurrou baixinho para ele. Ficou tão surpresa com a presença dele que não conseguia pensar em mais nada para dizer, como se seus pensamentos tivessem se embaralhado em sua mente. Podia até sentir o sangue correr para seu rosto de vergonha.

— Eu estava curioso sobre uma coisa, então vim aqui.

Ele respondeu suavemente a fazendo franzir a testa sem entender nada. Ela também pensou em solicitar sua presença e se candidatar oficialmente como uma das participantes para o banquete de amanhã, mas foi interrompida quando Ishakan continuou e olhou para ela seriamente…

— Por que você não pediu a minha ajuda?