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4588-cap-110

 

Tradução: LadyDragon

Revisão: Hori

Capítulo 110 – A proposta (2)

 

 

 

E a caçada terminou, o palácio entrou em alvoroço pelo incidente. Sem saber como abordar o caso, a corte real decidiu não realizar um julgamento por enquanto, Blain estava gravemente ferido, mas as circunstâncias eram muito complexas. Mesmo que Ishakan tivesse exagerado, Blain atirou primeiro a flecha, embora, de acordo com aqueles que presenciaram o ocorrido, o príncipe tenha sido provocado antes.

Ishakan provavelmente se aproveitou da situação, as negociações não podiam ser concluídas. Em vez de usar Leah, o homem astuto usou Blain para conseguir o que queria.

O que deixava tudo mais estranho era o motivo de Blain ter explodido, nada menos do a menção de Ishakan sobre um casamento incestuoso. Em Estia, os casamentos consanguíneos eram permitidos para proteger a linhagem, apesar de que não era recomendável, deveria ser feito apenas como último recurso. É claro que não havia razão para Leah e Blain se casarem, mas Blain ainda o atacou como se Ishakan o tivesse esfaqueado.

Até agora, Blain vinha atormentando Leah como se ela fosse um objeto, de sua propriedade. Embora lhe desse a satisfação de humilhá-la, era uma indicação de sua própria baixa autoestima e possessividade.

Mas o que Ishakan disse a ela no acampamento era estranho, além de situações em que Blain agiu como se estivesse interessado na princesa. Leah suspirou e colocou o documento em sua mão.

Mas qual era o objetivo agora? Estava tudo acabado.

Havia uma pilha de documentos empilhados em sua mesinha, mas Leah não tinha interesse neles. Espiando pela janela, ela podia ver o fogo queimando no distante Palácio da Rainha, Cerdina levou Blain para debaixo da asa.

Cerdina esperava algum conflito durante a caçada, mas não imaginou que o filho ficaria gravemente ferido. Ela claramente não estava em seu juízo perfeito.

Olhando para o palácio, Leah fechou a cortina e se sentou no sofá, enterrando o rosto nas palmas das mãos.

Desde que voltou da floresta, ela não conseguiu fazer nada. Mesmo que não estivesse sozinha, simplesmente não conseguia se concentrar o suficiente para examinar os documentos. Era difícil até mesmo pensar no tratado de paz, todo o seu trabalho duro tinha sido inútil.

O que ela deveria fazer?

Não importa o quanto Leah pensasse sobre isso, não havia mais nada a ser feito, as negociações se tornaram mais complicadas, até a reforma tributária se tornou incerta. Seria muito óbvio se ela tentasse manipular Byun Gyongbaek novamente usando a sucessão. Nem ao menos podia tirar vantagem da ascendência cigana da rainha porque não tinha provas.

Se sentiu perdida. Mordeu os lábios até ficarem inchados e vermelhos.

 

— Ahm?

 

Houve uma batida na porta de vidro da varanda que parecia familiar, era possível ver uma sombra atrás da cortina. De pé, ela caminhou lentamente para a frente, o intruso tentou abrir a porta impaciente até que ela a alcançasse.

Quando puxou a cortina, olhou para o homem do outro lado da porta de vidro. Antes que pudesse expressar reação, ela parou. Seus olhos dourados eram sombrios, cheios de uma mistura de compaixão, afeto, tristeza e raiva, todos dirigidos a Leah.

Ela não entendeu a expressão dele, quando ele viu a confusão no rosto dela, Ishakan rapidamente a limpou e sorriu com sua malícia de sempre batendo no vidro novamente. Leah abriu a janela e ele entrou impaciente.

 

— O que tem para o jantar?

 

A pergunta a fez sorrir, Ishakan a trouxe para perto abraçando-a, apoiando o queixo em sua cabeça.

 

— Eu não consegui comer porque estava ocupado e tenho certeza que você também não!

 

Ignorando o fato de que ele havia quebrado o pulso de Blain, continuou falando.

 

— Vamos comer algo delicioso juntos.

 

Mas Leah balançou a cabeça, não tinha apetite. Gentilmente, o afastou.

 

— Como o seu ombro está?

 

Tinha ouvido boatos de que Blain tinha atirado nele com uma flecha, mas ele parecia bem.

 

— Dói.

 

Ishakan respondeu franzindo a testa.

 

— Muito…?

— Eu raramente me machuco, mas por sua causa, eu já fui ferido duas vezes.

 

Claro, Leah não foi culpada por Blain atirar nele, mas ela não o refutou porque ele estava ferido. Ishakan acariciou a curva do nariz arrebitado de Leah com os dedos.

 

— Você se sente culpada, não é? Por isso devemos jantar juntos, os pacientes precisam ser alimentados adequadamente para uma boa recuperação.

 

A princesa esboçou um sorriso, Ishakan era um sofista, sempre usando de retóricas inteligentes e argumentos válidos. Todavia, o sorriso desapareceu rapidamente. Os pensamentos das negociações fracassadas surgiram em sua cabeça, ela sabia que os Kurkans voltariam ao deserto em breve. Não haveria mais tempo com Ishakan, o pensamento de sua partida para um lugar tão distante fez seu pequeno coração se contorcer como se tivesse sido apertado com uma mão grande. A princesa havia se acostumado com Ishakan virando sua vida de cabeça para baixo até sua presença se tornar normal como o sol no céu.

Eles poderiam ficar juntos novamente?

Ela sabia a resposta, isso não aconteceria. Quando ela olhou para baixo em silêncio pode ouvir um suspiro quebrando o ar.

 

— Está tudo acabado.

 

Ishakan disse, os olhos se encontraram quando ela levantou a cabeça.

 

— Embora eles não possam nos punir, a qualquer momento o rei vai ordenar a expulsão dos Kurkans.

 

Ele colocou as mãos nas bochechas delicadas dela, transmitindo seu calor.

 

— Este país iria entrar em colapso mesmo se as negociações tivessem sido concluídas. Pare de segurar isso.

 

Ele seguiu falando palavras que ela nunca teria imaginado.

 

— Venha comigo para o deserto…

 

O doce sussurro penetrou em seu coração.

 

— Seja minha noiva, Leah.

 

 

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