Tradução: Hori

Revisão: Roxi

Capítulo 21

— Olha isso, Fidelis. Flores de fogo!

Fidelis, apoiada nos braços de Hakan, olhava suas costas de vez em quando, sorrindo como se estivesse se divertindo brincando com Iseult.

Não havia nenhuma lei que os fantasmas só deveriam aparecer pela frente, então ela olhou para trás apenas por precaução. Iseult caminhou, olhando para Fidelis como se estivesse morrendo de fofura.

Andando com facilidade, Hakan parou diante de uma porta fechada, agarrou a maçaneta e abriu a porta. Ao mesmo tempo, houve um som alto como se algo estivesse quebrando no chão.

“Meu Deus!”

Quando Fidelis, que olhava para trás, virou a cabeça com espanto, viu as costas de um rapaz que sorria.

— Um garoto…?

O menino, vestido de preto puro, virou-se em resposta à voz de Fidelis. Ela viu olhos completamente vermelhos que os humanos nunca poderiam ter e dentes afiados.

Ele tinha muito sangue no rosto. Fidelis quase gritou ao ver o fantasma, parecia que nunca ia se acostumar com isso. O fantasma de forma assustadora viu Fidelis e riu grotescamente, abrindo a boca de uma maneira assustadora.

[— Um humano, um humano!]

Ele então pulou para cima e para baixo no lugar, como se estivesse animado. Ao mesmo tempo, a espinha de Fidelis ficou fria. Era uma voz que ela tinha ouvido antes. Em uma voz muito jovem, ela se lembrou do fantasma de um menino procurando por humanos.

Foi o fantasma que ela ouviu quando se escondeu atrás do pilar e só ouviu sua voz. Era certo que o fantasma havia desaparecido enquanto fugia do local. Era a voz de uma criança que nunca poderia ser esquecida em meio a esse medo.

Fidelis fechou o punho sem saber, num estado de medo renovado. Os olhos de Hakan, que estavam olhando para Fidelis, encheram-se de fúria e voltaram para o fantasma que saltava alegre.

O fantasma, que estava se movendo para cima e para baixo, parou de repente e começou a apontar os dedos para o grupo Fidelis um por um.

[— Um, dois, três, quatro! Muita gente!]

O fantasma, que falava excitado, cobriu a boca e sorriu, e logo apenas seu rosto virou de forma anormal.

*Digg*

Todos ficaram em silêncio com o som estranho que parecia forçá-los a recuar. Enquanto Zion e Fidelis estavam assustados e trêmulos, Hakan e Iseult apenas olhavam para o fantasma com olhos secos.

Essie e Edu, que estavam atrás, avançaram e ficaram aos pés de Hakan. Elas então continuaram a circular e gritaram com o fantasma.

[— Uau, o que você está fazendo?]

[— O…sangue…Vamos…Não escute.]

*Crack*

Fidelis sentiu o fantasma olhando para Edu e Essie por algum motivo, com seus olhos vermelhos sem pupilas. Fidelis mal-humorada, chamou Edu e Esie.

— Edu, vá para trás, com Essie.

As duas foram para trás dos pés de Hakan, resmungando silenciosamente, e ficaram paradas.

[— Fantasmas que seguem um humano?]

O fantasma começou a vagar de um lado para o outro distraidamente.

[— Por que? Por que? Por que?]

— Você está louco.

Quando Iseult mostrou um rosto cheio de desgosto, o comportamento do fantasma também parou. O fantasma caminhou para ficar na frente de Iseult com um sorriso grotesco. Então Zion correu para defender Iseult. Ela evitou o rosto de Zion enquanto o empurrava.

— Saia.

— Ei, o que você acha que ele vai fazer com você?

— Eu posso ver seu medo daqui.

Iseult estalou a língua enquanto olhava Zion de cima a baixo, e o empurrou com mais força. Só então Zion se escondeu atrás de Iseult.

— Uau, você vai me proteger?

— Eu não protejo ninguém além de Fidelis.

O rosto de Zion ficou amargo, mas ele ainda se escondeu atrás de Iseult. Iseult também não impediu sua ação, ela andou rapidamente e ficou na frente, protegendo Hakan e Fidelis. O fantasma, que se aproximou dela, parou na frente de Iseult e olhou para ela.

[— Quem é Fidelis?]

—  Por que devemos falar sobre ela?

Iseult tocou seu cabelo com irritação.

[— Essa é Fidelis! Fidelis!]

Com a voz alegre do menino apontando os dedos para ela, Fidelis lembrou-se do tempo em que ela estava sozinha com medo e queria tapar os ouvidos. A voz do menino foi suficiente para aumentar seu medo. Hakan gentilmente levou sua mão ao rosto e a pressionou contra ele. Fidelis apertou o pescoço de Hakan e um pequeno sorriso se abriu em sua boca.

— Parece que você não quer ouvir isso.

Tendo captado a pequena voz murmurada de Hakan, Iseult cerrou o punho e deu um soco no pescoço do fantasma.

[— Cuck!]

O fantasma resmungando cambaleou, gritou e se levantou novamente.

*Dab, dab, dab.*

Sem esperar que o fantasma ajustasse adequadamente seu pescoço torto, Iseult lançou outro ataque.

[— O que foi… aquele som… Ah… Golpe?]

[— Um… soco, luta?]

Edu e Essie inclinaram a cabeça para ver Iseult, ela não estava usando magia. Ao ouvir suas palavras, Fidelis sorriu levemente por um momento, até mesmo tremendo de medo.

Em meio a isso, Edu e Essie, que olhavam atentamente para Iseult, ficaram surpresas porque Iseult acertou um fantasma sem usar magia, foi uma situação inusitada. Iseult, que viu Fidelis sorrindo suavemente, parou de lutar e foi até Fidelis para ver com atenção.

— O que você está fazendo?

— Você sorriu?

— O quê?

— Gostei tanto do seu rosto sorridente que queria vê-lo de novo.

Iseult falou com um tom intrigado, ela se virou para o fantasma novamente. Mesmo que Iseult tenha acertado, não havia sinal de dano ao fantasma, embora o fantasma parecesse estar ocupado tentando se recuperar.

— Eu acho que você deve cortá-lo.

Hakan cobriu a orelha de Fidelis e a empurrou contra seu ombro, para que ela não pudesse ouvi-lo, Hakan murmurou para que Iseult pudesse ouvir. Ela acenou com a cabeça como se concordasse. Fidelis se desvencilhou da mão de Hakan que cobria suas orelhas e levantou a cabeça.

— Por que?

— Receio que você não queira ouvir isso.

Fidelis corou e agradeceu suas amáveis ​​palavras cheias de compaixão. Zion olhou para Hakan, que estava sorrindo de orelha a orelha, o que o enojou, não era Hakan.

Iseult, como Hakan disse, tentou usar magia para cortá-lo antes que ele se recuperasse totalmente, mas parou. Então ela virou a cabeça e sorriu brilhantemente para Fidelis.

—Fidelis, você pode tapar os ouvidos por um segundo e manter os olhos fechados?

Sem perguntar, Fidelis tapou os ouvidos e fechou seus olhos quando Iseult perguntou. Foi tão fofo que Hakan, sem saber, esfregou as bochechas de Fidelis. No entanto, Fidelis lutou para não abrir os olhos fazendo Hakan rir alto.

— Você acha que eu disse a ela para ficar assim para o seu próprio bem?

— Olhe para frente.

O fantasma, que estava se contorcendo, havia retornado ao seu estado original, não muito diferente de quando o viram pela primeira vez.

[— Uau, isso é demais! Não fiz nada!]

Ele sorriu largamente e falou com eles com uma voz um pouco mal-humorada, mas Iseult enviou uma espada de vento em forma de meia-lua feita de mana para o fantasma. O fantasma, que o evitou com um movimento entediado, sorriu alegremente.

— Desviou.

Quando Hakan murmurou, Iseult franziu o cenho.

— Eu peguei leve com ele.

— Como esperado de Iseult!

Foi Zion quem a elogiava por tudo, Iseult endireitou os ombros e sorriu arrogantemente. Hakan sorriu afetuosamente enquanto olhava através das pequenas sobrancelhas trêmulas de Fidelis.

[— Os seres humanos são engraçados, uma vez que eles pensam que têm alguém, eles pensam que têm uma vantagem.]

— Não sei do que está falando, mas tenho vantagem sobre você.

Com uma resposta calma, Iseult criou um vento cortante mais uma vez.

[— Aquele olhar desesperado no rosto de um humano quando eles descobrem que não eram os melhores! Eu vou brincar com você, eu quero brincar com você!]

— Ah, claro.

Quando Iseult retrucou, o fantasma deu um sorriso estranho. No momento em que se moveu rapidamente, o fantasma foi direto para o pescoço de Iseult. Antes que o fantasma sorridente abrisse a boca e mordesse o pescoço de Iseult, ela deu um tapa na bochecha do fantasma com o punho.

O fantasma, que caiu no chão com um baque, rolou e tocou o pé de Hakan. Os olhos de Hakan brilharam com uma loucura de gelar o sangue, então ele levantou seus pés e esmagou seus braços.

[— Argh!]

Mais uma vez, quando Hakan levantou o pé, o fantasma escapou de seus pés a uma velocidade anormal e caiu. Se Fidelis tivesse visto a cena, a agressividade e força dos demônios eram grandes o suficiente para pensar que era um jogo diferente além do nível de um jogo de terror, sem Hakan e Iseult.

— É por causa da influência do diabo? Não é muito fraco.

O sorriso familiar do fantasma se foi há muito tempo, ele deveria tê-los notado e fugido, sua força não era suficiente. O fantasma revirou os olhos e se moveu rapidamente para escapar para a porta além do ombro de Hakan, mas Hakan foi mais rápido. Ele agarrou com tanta facilidade o pescoço do fantasma tentando fugir deles e o deixou cair aos pés de Iseult.

— Para que Fidelis não tenha medo, vamos nos certificar que você nunca mais apareça.

Seu corpo inteiro estremeceu com o olhar que ele recebeu. O fantasma não conseguia nem se mexer. Ele pensou que tinha a vantagem, mas ele era apenas uma presa. Não era uma fera, mas um simples herbívoro. Os predadores eram aqueles dois com os olhos que brilhavam no escuro.

Iseult sorriu e pisou na cabeça do fantasma em confusão.

*Crack!*

Foi ouvido um som arrepiante. Tremendo, Zion olhou para Iseult, juntando as mãos e olhando para ela com carinho. Enquanto o fantasma morria e desaparecia em cinzas, Hakan cutucou Fidelis no nariz e gentilmente pegou a mão que cobria suas orelhas para envolvê-la em seu pescoço. Ele então beijou seu narizinho e sussurrou docemente.

— Você pode abrir os olhos agora, Fidelis.

Quando ela abriu os olhos furtivamente, Hakan a olhou com um lindo sorriso. Surpresa, ela prendeu a respiração e ele beijou seu nariz novamente.

— O fantasma se foi. Você está bem agora?

Fidelis pôs a mão no coração que batia e falou confusa.

— E-eu acho que meu coração está batendo forte por outro motivo…

Fidelis, com o rosto vermelho como as orelhas, olhou para Hakan. Os olhos de Fidelis não paravam de olhá-lo, assim como os de Hakan, que, ouvindo o que Fidelis dizia, a encarou.