Tradução: Hori

Revisão: 

Capítulo 13

*Tap, tap.*

Um som constante de sapatos ecoava no corredor. Ela caminhou até Hakan e parou de andar de repente. Com seus longos cabelos brancos caindo atrás das orelhas, ela curvou seus lábios vermelhos quando viu Dino gritando manchado de sangue por cima do ombro de Hakan.

— Perfeito.

Era uma carranca óbvia no rosto. Novamente, quando ela se virou para Hakan, ele focou seus olhos em algo branco que era visível de seu ombro. Seus olhos ficaram ferozes de relance quando ele descobriu que sua identidade era um fino cabelo branco. Afastando grosseiramente o cabelo branco de seu ombro, ele cerrou o punho.

— O que… você conhece Fidelis? Você conhece ela? Porque este é o cabelo dela!

Parecendo instável em algum lugar, ele gritou. Cabelos brancos não são comuns. E ela era a única com cabelos brancos entre os candidatos. Além disso, Hakan e ela não estavam juntos. Mas ela tinha cabelos brancos no ombro…

— Você conhece ela? Você conhece Fidelis?

Com um olhar de urgência e por outro lado a expressão apreensiva em seu rosto, Hakan a apressou. Fidelis era uma forasteira aqui. Sabendo que nem mesmo pediu para estar aqui…

“Eles estão em um relacionamento?”

Com um aspecto semelhante ao cabelo branco de Fidelis. Continuava despertando sua curiosidade, mas Hakan não interferiu. Desde a primeira vez que a viu, ele se interessou em senti-la sutilmente diferente e tê-la ao seu lado. Ela se perguntou se havia algo divertido em sua vida chata.

Mas Hakan se apaixonou por Fidelis nesse curto período de tempo. De repente, ele não conseguia parar de pensar nela, mesmo quando via seus cabelos brancos, e não se incomodava em fazer perguntas sobre Fidelis para encontrar conexão.

Inconscientemente, Hakan olhou apenas para Fidelis. Ele a acompanhou porque parecia interessante, mas agora Hakan não conseguia estar longe de Fidelis…

“Sim, não quero. Estou ficando louco porque não estou com você agora.”

Hakan tinha sido cativado por Fidelis de tal maneira que sua mente estava cheia dela. Não, talvez ele tenha se apaixonado à primeira vista. Ele não sabia como era gostar de alguém, então, quando percebeu seus sentimentos, não pôde deixar de sorrir. Tornou-se urgente ao mesmo tempo. Mesmo esse tempo parado era tão precioso que o estava deixando louco.

— Hakan Declan!

Apesar de sua chamada desesperada, ele não estava disposto a abrir a boca. Ele franziu o cenho para a mana crescente de Fidelis.

— Iseult Swaldgar.

Ele a chamou friamente. Quando a boca bem fechada se abriu, Iseult prendeu a respiração e olhou para ele. Ela até parecia desesperada. Talvez ele não esteja querendo fazer nenhum mal. Se ele realmente quisesse, ele poderia matá-la primeiro. Com aquele pescoço fino, bastaria um pouco de força para torcê-lo.

— Se quiser conversar, me siga.

Iseult, que ficou aturdida por Hakan, que passou calmamente por ela e caminhou rapidamente, agarrou seu vestido e o seguiu. Lágrimas vieram aos olhos de Iseult.

*****

Fidelis abriu os olhos quando a sensação de ser engolida por algo desapareceu. Fidelis estava sentada sozinha no meio de um vasto espaço. As paredes e tetos estavam cobertos com belas pinturas como se tivessem sido pintadas por um artista, mas de alguma forma havia uma atmosfera sinistra. Fidelis, que se levantou, olhou em volta mais uma vez. Não havia nada no espaço vazio.

— Ha-Hakan?

Ela chamou o nome dele com cuidado, mas não houve resposta. O corpo de Fidelis estremeceu sozinho porque se sentia como se estivesse sozinha há muito tempo. 

Enquanto olhava ao redor com olhos ansiosos, Fidelis pensou em Dino, que havia encontrado antes, e cerrou os dentes. Dizia que era um assassino. Destina-se às mulheres que são mais fracas do que ele. Longe de se arrepender de seus pecados, ficou claro que o homem a havia afastado de Hakan, porque parecia fraca.

Ele foi pego por Hakan, visto que ele não a seguiu?

Desejou que ele estivesse terrivelmente ferrado desde que aconteceu dessa maneira. Um assassino não é uma pessoa. É um lixo que não pode ser reciclado. Se fugisse de Hakan e a encontrasse, juraria nunca perdoá-lo.

As solas de seus pés tocando o chão estavam frias. O calor do corpo de Hakan, que ela estava acostumada, não estava mais presente. Fidelis cerrou os dentes e decidiu aguentar. Ela não tinha intenção de viver sob sua proteção para sempre. Era assim porque ela era particularmente fraca com coisas assustadoras.

*Sassak*

— …

O corpo de Fidelis congelou enquanto tentava caminhar para a porta.

*Grito, grito.*

Ouvindo o som novamente, Fidelis começou a tremer com as bochechas pálidas. Ela conseguiu mover o corpo trêmulo e se afastou, olhando apenas para a porta, fingindo não ter ouvido nada.

*Ssasak!*

Desta vez, algo roçou seus dedos dos pés. Com arrepios por todo o corpo, Fidelis fez uma pausa por um momento, depois se moveu novamente. E…

[— Por que, finge não ouvir…]

Uma voz fraca e triste sussurrou diretamente em seu ouvido.

[— Eu, estou aqui, estou aqui… você sabe que estou aqui…]

Era uma voz fraca que estava prestes a desmoronar. Enquanto tremia, ela continuava ouvindo o som de algo se movendo. Seu corpo, que estava seco graças a Hakan, foi rapidamente encharcado de suor frio. O suor escorria por suas costas. Com os punhos cerrados e os olhos fechados, Fidelis, que abriu os olhos, impulsionou seu pé no chão e correu rapidamente para a porta.

— Huck, huck.

O caminho do enorme salão até a porta parecia muito longo. Então algo atingiu com força o tornozelo de Fidelis.

*Boom boom!*

Fidelis, que havia caído, agachou-se de dor. Algo que estava falando com ela por um tempo apareceu na frente de Fidelis. Um rosto de um cadáver, ou melhor dizendo, dois rostos colados com força, os olhos cheios de manchas negras fitavam Fidelis. Elas não tinham um corpo.

[— Me viu?]

Os fantasmas sorriram e Fidelis fechou os olhos.

*Keeek, kiaak!*

Os fantasmas, que vagavam ao redor de Fidelis com um ruído estranho, pararam diante de seus olhos novamente. Ela abriu a boca novamente quando estremeceu.

[— Ela nos viu, mas finge que não! Vamos matá-la!]

[— Vamos… matá-la!]

As palavras foram repetidas, machucando os ouvidos de Fidelis.

— Parem!

As vozes dos fantasmas foram cortadas pelo grito lancinante.

— Sei que estão aí. Então, por favor, parem!

Era reconfortante estar ao lado de Hakan enquanto se sentia aliviada, mas agora estava sozinha. Em seu medo frenético, Fidelis finalmente começou a chorar. Quando abriu seus olhos enxugando as lágrimas, seus olhos encontraram os fantasmas ainda olhando para ela na frente dela. Fidelis cerrou os dentes e sentou-se onde tinha caído, arreganhando os dentes enquanto tentava gritar.

Até então, o olhar dos fantasmas nunca tinha deixado Fidelis. Um dos fantasmas abriu a boca novamente enquanto observava Fidelis soluçar enquanto ela enxugava as lágrimas.

[— Quem-Quem te incomoda?]

— …?

Fidelis, com seus olhos vermelhos, olhou para o fantasma.

[— Wow, somos irmãs!]

[— Hum… Porque-porque eu escutei a Deus, nos-nossas gargantas foram cortadas e fomos mortas.]

As mãos de Fidelis tremiam. Em um piscar de olhos, as lágrimas que ela estava segurando caíram.

[— Maus, bandidos, eles são ruins. Mate todos eles, mate todos eles.]

“Vocês estão me assustando!”

Ela queria gritar e dizer isso, mas se conteve. Além dos fantasmas que rastejavam pelo chão, havia alguns que podiam se comunicar.

“Os fantasmas são aleatórios. É porque é o sistema de jogo?”

Havia assassinos, monstros e fantasmas. Mas desta vez, um fantasma com uma história. Ela não sabia que existia porque realmente não jogava o jogo, mas de acordo com o que seu irmão lhe disse no orfanato, ele entendia muito bem essa situação.

Mesmo sendo uma pessoa comum, parecia um fantasma. Parecia ser um jogo incontrolavelmente selvagem, então poderia haver muitos tipos diferentes de fantasmas. Acima de tudo, se o diabo tivesse criado esse espaço, ele poderia ter coletado todo tipo de coisas aqui.

“Você disse que o diabo era brincalhão, então talvez ele realmente seja. O sistema de jogo é realmente estranho.”

Fidelis tentou falar consigo mesma, olhando para os fantasmas que a olhavam sem se mexer. Se ela as ignorasse e fugisse, isso só poderia deixá-las mais irritadas. Foi assustador, mas por causa do que disseram o medo diminuiu.

Pensando que elas eram pessoas feridas e vivas, ela sentiu mais pena delas do que medo. Claro, Fidelis sabia que ninguém estava em posição de sentir pena de ninguém nessa situação, mas não podia deixar de se sentir humana. Fidelis acariciou as duas fantasmas que a olhavam inconscientemente com as mãos na cabeça. Os fantasmas se encolheram, mas não evitaram.

[— O-o que você está fazendo?]

— Oh, sinto muito…

Ela baixou as mãos. Fidelis olhou furtivamente e abriu a boca com cuidado.

— Vocês estão morando aqui?

Quando ela perguntou, elas, que não falaram por um momento, subiram no colo de Fidelis e permaneceram calmas. Talvez seja um pouco fofo.

Era uma situação em que ficaria surpreso se tivesse visto outra pessoa na mesma posição, mas Fidelis se tornou mais compreensiva que assustada quando aprendeu um pouco sobre seu passado. Fidelis também sentiu o mesmo porque se machucou muito devido à crueldade dos outros.

Ela não sabia como elas se moviam com duas cabeças. Quando ouviu o estalo, pensou que seus pés estavam atrás de seus rostos, mas não estavam. Ficou um pouco curiosa porque elas não viraram o rosto e não andaram, mas rapidamente balançou a cabeça. Não queria saber. De alguma forma, pensou com calafrios, Fidelis moveu ligeiramente o braço.

[— N-não.]

[— Mulher, chegamos aqui recentemente.]

“Recentemente…?”

— Então, onde estavam?

[— Lá, fora daqui…]

[— Nós circulamos ao redor… aqueles que nos conheciam.]

Flutuar ao lado dos vivos significava que elas não estavam mortas há muito tempo.

“Então, tudo que vive aqui é trazido aleatoriamente pelo diabo?”

Por que está fazendo isso?

A pergunta permaneceu em sua mente. Não importa mesmo que seja um jogo, não fazia sentido mesmo que não fosse. Ela queria ler os pensamentos do diabo se pudesse, mas não podia.

Não, isso é um jogo. Tudo pode acontecer em um jogo. Quando pensamentos complicados vieram à mente, Fidelis moveu o rosto de um lado para o outro, como se estivesse espantando os pensamentos.

“Pare de pensar. O importante é resolver a maldição e sair.”

Os dois rostos sobre os joelhos de Fidelis roçaram suas bochechas em sua mão, que estava imóvel.

— …?

Fidelis sorriu suavemente porque parecia um animal de estimação.

[— Uau, riu.]

— Bem, então… vocês podem sair daqui?

[— Oh não.]

— Entraram sabendo que não podiam sair?

À pergunta de Fidelis, elas piscaram lentamente. Parecia um sinal positivo, então ela franziu a testa.